Quinta-feira, 09 de Maio de 2024

Home Economia Presidente do Banco Central não acredita em recessão no Brasil em 2024

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu que os juros no Brasil ainda são altos, mas que “na média, estão menores”. O economista afirmou que “vem diminuindo a taxa de juros real no Brasil na comparação com outros países”. “Ela ainda é alta, mas vem diminuindo. As reformas têm ajudado, a parte do mercado de capitais ajudou, a parte de você ter melhor recuperação de garantias ajudou, a parte de ajudar a enquadrar o crédito direcionado ajudou. Cada vez que tem um choque inflacionário temos de subir menos os juros. Mas, na média ela está menor”, disse o presidente do BC.

Campos Neto acrescentou que o BC também acha a taxa de juros alta, “mas trabalhamos com a possibilidade de cair o máximo possível, mas com equilíbrio, com sustentabilidade”. O presidente do BC disse que, com as variáveis de hoje – ele elencou inflação corrente, expectativa de inflação, inflação implícita (a que é negociada no mercado), o hiato (que é a capacidade de o país crescer sem gerar inflação) -, o BC entende que o corte de 50 pontos-base na taxa Selic “é um ritmo apropriado”. “Vamos avaliar isso em cada reunião. Mas a gente entende que esse é um ritmo apropriado e sustentado e como a gente está fazendo isso acompanhado de credibilidade, temos visto que a curva de juros e outros mercados estão se comportando como se isso fosse feito de uma forma sustentável, o que no final é importante para a gente.”

O presidente afirmou ainda que o importante para o BC não é taxa de juros real em si, e sim o que chamam de esforço monetário: “Temos a taxa de juros real neutra, que é aquela que não provoca inflação nem desinflação, que, sim, no Brasil é ainda alta, mas temos que ver o esforço monetário, que é quanto está minha taxa de juros real em comparação com a taxa de juros real neutra: se a taxa real encostou na neutra tenho um esforço monetário que eu cheguei no equilíbrio. Quando se compara a neutra do Brasil com a neutra de outros países, chega-se à conclusão que pelo menos na América Latina é lugar que você tem a menor diferença. A diferença entre a taxa de juros real e a taxa de juros real neutra no Brasil é de 1,5%; na América Latina, é 3,5%.”

Fim de mandato

Quanto ao crescimento da economia, o presidente do BC, analisando as projeções, disse que há muita incerteza no crescimento de um ano. Mas disse que ele tem viés um pouco mais otimista no crescimento. “Países vizinhos e o mundo emergente têm tido um crescimento menor. O Brasil tem tido um resultado bastante positivo”, afirmou. Disse ainda que não acredita em recessão técnica – dois trimestres seguidos de crescimento negativo – em 2024. “Podemos ter um crescimento mais fraco agora, mas o resultado tem surpreendido para cima.”

Ainda sobre 2024 – seu último ano de mandado como presidente do BC – comentou a dificuldade de falar do ano que vem sem pelo menos colocar em perspectiva “que as análises econômicas têm errado muito ultimamente”. “Elas têm errado o crescimento, têm errado um pouco a inflação, têm errado muito o emprego, têm errado os números de crédito. Vai ser meu último ano como presidente do Banco Central. Então a gente tem uma perspectiva positiva, tem muita coisa que eu gostaria de consolidar aqui, é importante entregar a inflação na meta, e juros o mais baixo possível.”

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