Sexta-feira, 03 de Outubro de 2025

Home Sem categoria Produção industrial brasileira cresce 0,8% em agosto após quatro meses sem expansão

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A despeito da política monetária contracionista e da entrada em vigor do tarifaço norte-americano contra exportadores brasileiros, a produção industrial nacional cresceu 0,8% em agosto ante julho, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgados nesta sexta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar do resultado positivo em agosto, a desaceleração da atividade, as altas taxas de juros e o ambiente externo mais incerto devem continuar impactando o setor ao longo dos próximos meses de 2025. No entanto, vetores altistas, como as medidas do governo voltadas ao estímulo da demanda, podem atenuar uma perda de ritmo mais acentuada para a atividade ao longo do ano”, avaliou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que prevê um avanço de 0,9% na produção industrial brasileira em 2025.

A alta na indústria em agosto foi a mais intensa para esse período do ano desde 2020, quando tinha crescido 2,9%.

“O setor industrial volta a ter um crescimento mais importante. Ele não elimina a perda dos meses anteriores, elimina apenas uma parte da perda acumulada (de 1,2%), mas volta para o campo positivo, também com disseminação de resultados positivos entre as atividades. É uma melhor situação do que a gente vinha observando até então”, afirmou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE. “Há uma interrupção de um comportamento que era predominantemente negativo, que estava presente desde abril.”

Na passagem de julho para agosto de 2025, 16 dos 25 ramos industriais pesquisados apontaram avanço na produção, com destaque para a expansão de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (13,4%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,8%) e produtos alimentícios (1,3%).

“Você tem um maior espalhamento de resultados positivos em agosto”, lembrou Macedo, ponderando que o crescimento se dá sobre uma base de comparação bastante depreciada, uma vez que o setor vinha de perdas importantes desde abril. “A leitura de 2025 ainda é de perda de dinamismo no setor industrial.”

O tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a exportadores brasileiros afetou em agosto alguns segmentos da pesquisa do IBGE. Os questionários referentes a julho já tinham mostrado alguns informantes sinalizando influência do tarifaço nas expectativas e na produção futura, mas em agosto as menções foram mais relevantes em atividades mais exportadoras, como madeira, móveis e extrativas. Os questionários mostraram informantes apontando o tarifaço como justificativa para uma redução do nível de produção.

“Isso apareceu no mês de agosto, pontualmente já tinha aparecido no mês de julho. Agora no mês de agosto aparece com mais clareza. Isso ainda é pontual, não é predominante dentro das informações coletadas pela pesquisa, aparece especialmente nos informantes mais voltados para exportação”, explicou Macedo.

Na passagem de julho para agosto, enquanto a produção industrial cresceu 0,8% na média global, a fabricação de produtos de madeira encolheu 8,6%; extrativas caíram 0,3%; e móveis tiveram apenas ligeira alta de 0,1%.

“Apesar dos dados mais positivos de agosto, a leitura geral do cenário para a atividade industrial em 2025 se mantém. Há sinais de desaceleração em setores chave – o que deve se intensificar ao longo do segundo semestre de 2025”, previu Camila Saito, analista da consultoria Tendências, em relatório.

(Com informações do jornal O Estado de S.Paulo)

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