Segunda-feira, 29 de Setembro de 2025

Home Saúde Proibida na Europa, unha de gel está na mira da Anvisa

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A Anvisa reavalia a segurança de uma substância química presente em esmaltes usados para a técnica da unha em gel. A análise ocorre após o produto ter sido proibido na Europa no início de setembro. Chamado de TPO, o óxido passou a ter a comercialização banida por ser classificado como cancerígeno, mutagênico e tóxico para o sistema reprodutivo.

Para evitar riscos à saúde das unhas e da pele, a Sociedade Brasileira de Dermatologia se manifestou ao afirmar que não recomenda o uso das unhas de gel.

A restrição pela União Europeia resultou de testes realizados em animais, em que foi observado que a ingestão de altas doses do TPO em roedores resultou em efeitos como o encolhimento dos testículos nos machos, além da diminuição da fertilidade nas fêmeas.

Apesar disso, ainda não há evidências clínicas robustas que confirmem que o uso do TPO leve a consequências desse nível nos seres humanos.

Como uma opção para alongar e mudar o formato das unhas naturais, a unha em gel ganhou popularidade por criar um acabamento mais resistente e duradouro. O método consiste em usar camadas de gel acrílico por cima das unhas naturais da cliente.

Nesse processo, o TPO age como um fotoiniciador, que endurece o esmalte em gel ao ser exposto a uma cabine de luz ultravioleta. Isso permite que a esmaltação dure por até 20 dias, em média. Vale lembrar, no entanto, que nem todos os esmaltes em gel possuem TPO na composição.

O toxicologista Anax Oliveira, membro da Sociedade Brasileira de Toxicologia, pondera que, apesar do perigo associado à substância, a técnica das unhas em gel não leva a uma grande exposição do corpo ao TPO, o que pode diminuir o efeito nocivo do produto durante o procedimento estético.

“A unha, por exemplo, tem uma camada de proteção, a nossa pele por si só forma uma barreira. As pessoas que usam são expostas em baixíssimas quantidades, então é importante a gente fazer uma distinção de que não é porque essa substância é capaz de causar toxidade reprodutiva, que de fato ela foi associada ou pode ser associada a casos de toxicidade reprodutiva em pessoas que foram expostas a ela especificamente por meio desse tratamento dos géis de unha. Ainda assim, a regulamentação na União Europeia é absolutamente restritiva e pelo simples fato dela ser classificada como toxicante reprodutivo, ela foi então banida e proibida para uso em produtos cosméticos.”

Aqui no Brasil, o produto segue liberado para uso. De acordo com a Anvisa, a proibição do TPO deve ser discutida no âmbito do Mercosul, já que os países que integram o bloco compartilham uma lista de regulamentação de cosméticos e outros itens.

No entanto, as listas levam em consideração as medidas da União Europeia, o que pode levar ao veto formal do produto no Brasil também.

Outro risco associado à esmaltação em gel seria o ressecamento da pele e dos cabelos, além de dermatite de contato. A supervisora administrativa Vanessa Lopes fez as unhas em gel pela primeira vez há cinco meses, mas a reação alérgica foi tão forte que ela ainda está em processo de recuperação das unhas:

“Minhas unhas começaram a doer, mas muito, muito, muito a inchar, ficar toda inflamada em volta. As unhas descolaram. Sabe quando ela fica branca, opaca, não fica cor de unha? Quebrou todas. Precisei ir em dermatologista, passar medicamento, mas a doutora disse que foi do gel, sim. As minhas unhas agora que estão voltando ao normal. Tem uma unha que ela ainda está metade descolada e doendo. Então, assim, eu não quero nem saber mais fazer nada com gel.”

A estudante Rebeca Carvalho disse não ter medo dos esmaltes em gel, mas também já passou por situações parecidas.

“Já aconteceu comigo da menina passar muito a lixa na minha unha e aí a unha perdeu a camada de proteção, né? E aí quando ela passou o gel e eu coloquei a minha mão na cabine, eu senti meio que queimando e aí depois que secou a minha ficou muito vermelha e sensível. E aí eu acabei tendo que tirar.”

A dermatologista e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia Rosana Lazzarini alertou que o procedimento pode causar reações alérgicas não apenas para as usuárias, mas, principalmente, para as profissionais que utilizam esses produtos todos os dias.

Segundo a dermatologista, a medida de segurança da Comissão Europeia deve levar a uma mudança na composição das fórmulas dos esmaltes por parte das empresas fabricantes em busca de uma alternativa mais segura para os consumidores.

Apesar dessas medidas protocolares do exterior, a Anvisa ainda não possui um prazo para definir se o TPO será proibido ou não por aqui. (Com informações da CBN)

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