Quinta-feira, 28 de Março de 2024

Home Mundo Protestos pelo direito ao aborto se espalham nos Estados Unidos. Algumas manifestações são reprimidas com violência

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Milhares de norte-americanos foram às ruas protestar em várias cidades do país contra a decisão da Suprema Corte que derrubou o direito ao aborto legal nos Estados Unidos. Em alguns locais, as manifestações foram reprimidas com violência, como em Phoenix (Arizona) e Los Angeles (Califórnia).

Parte dos atos públicos foram organizados por redes de clínicas de saúde reprodutiva, mas em todos a maioria das manifestantes eram mulheres. A maioria dos eventos foi pacífica, embora tenham sido relatados incidentes.

Além de Los Angeles, foram relatados casos de violência contra manifestantes em Phoenix, onde a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes reunidos em frente à sede do governo do Arizona. Eles bateram nas janelas do edifício, forçando deputados a interromperem a sessão.

Em Cedar Rapids, em Iowa, duas pessoas ficaram feridas após serem derrubadas por um carro durante um protesto. No vídeo abaixo, é possível ver uma manifestante caindo em frente ao tribunal de Iowa, após abordar o motorista de uma caminhonete que teria sido hostil aos protestos contra a decisão da Suprema Corte.

Um dos maiores protestos ocorreu na capital americana, onde centenas de manifestantes se reuniram em frente à Suprema Corte. As cidades de Nova York, Denver, Miami e Houston também foram palcos de manifestações, segundo agências internacionais.

Em Nova York, milhares se reuniram no Washington Square Park. Em Los Angeles, os manifestantes bloquearam o trânsito no centro da cidade. Na Filadélfia, milhares se reuniram em frente à Câmara Municipal. Já em Austin o protesto foi em frente ao tribunal federal. Outras centenas foram saíram às ruas em Atlanta, em duas manifestações separadas que terminaram na sede do governo estadual.

Entenda

A Suprema Corte revogou a decisão “Roe contra Wade”, de 1973, que reconhecia o direito constitucional ao aborto e o legalizou em todo o país. Isso devolveu aos Estados o poder de definir se permitem esse tipo de procedimento. Espera-se que a mudança leve à proibição do aborto em cerca de metade dos estados americanos.

A decisão coloca o tribunal em desacordo com a maioria da opinião pública americana, que era a favor da preservação da decisão Roe contra Wade, de acordo com pesquisas de opinião. A Suprema Corte norte-americana é formada por nove membros. Seis deles votaram a favor da derrubada da decisão Roe contra Wade, enquanto outros trÊs permaneceram ao lado dela.

Um dos argumentos utilizados para por fim a Roe contra Wade é que o aborto não é previsto especificamente em lei e que a decisão de 1973 teria sido baseada em uma interpretação da Constituição.

O novo julgamento do Supremo, no entanto, não significa que o aborto está automaticamente proibido nos Estados Unidos, embora deva tornar a interrupção da gravidez ilegal em quase metade dos estados do país, que são conservadores e agora poderão decidir separadamente pela manutenção ou não desse direito.

Alabama, Arkansas, Kentucky, Louisiana, Missouri, Oklahoma, Dakota do Sul, Utah e Wisconsin tinham anteriormente aprovado leis que proibiam o aborto e que entraram em vigor logo após o anúncio da Suprema Corte. Já no Texas e Tennessee foi estabelecido um período de 30 dias para que a proibição entre em vigor.

Estima-se que 22 Estados devem manter o direito ao aborto – a maioria no Nordeste ou Costa Oeste – e se preparam para atender mulheres vindas de locais onde o procedimento foi proibido. Em Connecticut e Delaware, foram expandidas as categorias de profissionais de saúde autorizadas a realizar abortos. A Califórnia destinou US$ 152 milhões para facilitar o acesso à interrupção da gravidez, e Nova York prometeu US$ 35 milhões.

Estados livres

Com a derrubada da Roe contra Wade, os Estados Unidos voltam à situação anterior a 1973, quando cada estado era livre para proibir ou autorizar o aborto. Entre 26 Estados conservadores, a maioria no Centro e Sul do país, como Wyoming, Tennessee e Carolina do Sul, estão prontos para proibir a prática por completo.

Mas vários Estados mais democratas, incluindo Califórnia, Novo México e Michigan, anunciaram rapidamente planos para garantir o direito ao aborto por lei. Isso significa que mulheres que quiserem interromper a gravidez em estados onde a prática fica proibida terão que se deslocar às vezes por longos trajetos até chegarem a um local onde é permitido.

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