Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Home em foco Província no Canadá cobrará uma taxa de pessoas não vacinadas: “representam um fardo financeiro para todos”, diz o primeiro-ministro

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A província canadense de Québec, paralisada pela propagação da variante ômicron, quer criar nas próximas semanas um novo imposto sanitário para quem não está vacinado contra a covid. Contudo, o premier Justin Trudeau disse que precisa de mais detalhes para definir se apoia — ou não — a ideia.

“Estamos trabalhando em uma contribuição de saúde para todos os adultos que se recusam a ser vacinados, pois eles representam um fardo financeiro para todos os quebequenses”, disse o primeiro-ministro de Québec, François Legault.

Para ele, os 10% dos habitantes da província que ainda não receberam uma dose do imunizante não devem “prejudicar” os 90% que já se vacinaram.

“Não cabe a todos os quebequenses pagar por isso”, afirmou durante uma coletiva de imprensa, e especificou que o governo da província quer que o imposto represente uma “quantidade significativa”. “Sinto certo descontentamento com a minoria não vacinada que, considerando tudo, obstrui nossos hospitais.”

O primeiro-ministro de Québec explicou que esses 10% de adultos não vacinados representam 50% das pessoas em unidades de terapia intensiva, situação que descreveu como “chocante”.

Em uma tentativa de conter a nova onda, Québec anunciou em 30 de dezembro o retorno de algumas restrições, incluindo um toque de recolher às 22h e a proibição de reuniões privadas. Na semana passada, o governo anunciou que iria exigir o comprovante de vacina para permitir a entrada nas lojas estatais que comercializam álcool e maconha.

“Só estou dizendo que, se você não quer se vacinar, fique em casa”, afirmou na quinta-feira o secretário da Saúde de Québec, Christian Dubé. No total, 2.742 pessoas com covid-19 estão hospitalizadas e cerca de 255 pessoas estão em terapia intensiva em Québec, que tem cerca de 8 milhões de habitantes.

Por enquanto, nenhuma província canadense sinalizou que pretenda seguir o mesmo caminho. Scott Moe, chefe do Executivo de Saskatchewan, chamou a ideia de “imposto da vacina”, enquanto os governos de Ontario e da Colúmbia Britânica alegam que as atuais medidas, como a exigência de passaportes vacinais em bares e restaurantes, já são eficazes.

Segundo dados do Ministério da Saúde, 83,59% dos canadenses aptos receberam ao menos uma dose dos imunizantes disponíveis, enquanto 77,35% foram imunizados com duas doses ou com a vacina de dose única. A dose de reforço foi aplicada em 27% da população.

Mas ao analisar os números relativos à vacinação de crianças, Trudeau se mostrou preocupado: até o momento, 45,6% das crianças entre 5 e 12 anos receberam a primeira dose, e apenas 2% completaram o ciclo.

“Quase metade das crianças no país tomaram a vacina, precisamos de mais, então, por favor, peça aos seus pais para ser vacinado”, disse o premier nesta quarta.

Desde meados de dezembro, o país registra uma forte alta no número de infecções, resultado do alastramento da variante Ômicron: a média móvel de casos está em torno de 39 mil por dia, bem acima dos três mil no final de novembro. A média de mortes, perto das 70 diárias, também teve aumento, mas está distante dos picos registrados em maio de 2020 e janeiro de 2021.

Até o momento, a ideia do novo imposto na província ainda não recebeu o sinal verde das autoridades em Ottawa. Justin Trudeau afirmou que embora seja a favor de medidas que incentivem a vacinação, a taxa, que deve ficar entre 50 e 100 dólares canadenses (R$ 221 e R$ 442), é um conceito novo e que precisa ser analisado com cuidado.

“Os detalhes importam. Precisamos saber exatamente quais medidas estão sendo apresentadas. Precisamos saber os termos e condições para saber se será eficaz”, disse Trudeau. “Estamos olhando para os detalhes para saber como isso vai ser na prática.”

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