Sábado, 14 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 13 de outubro de 2022
Sem alimentar grandes expectativas de uma declaração de voto do ex-governador Eduardo Leite (PSDB) no ex-presidente Lula (PT), lideranças petistas no Rio Grande do Sul tentam atrair o tucano para uma postura mais clara de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Até agora, buscando disputar o eleitorado bolsonarista com o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL), Leite tem evitado acenos a Lula e críticas explícitas a Bolsonaro, sob o argumento de que nenhum dos presidenciáveis “resolverá os problemas dos gaúchos” por conta própria.
Na tentativa de criar um ambiente propício para que Leite manifeste críticas a Bolsonaro, representantes de siglas como PT e PCdoB declararam apoio ao tucano nesta terça-feira (11) sob a bandeira da defesa à democracia, associando Onyx aos ataques às instituições promovidos pelo atual presidente. O ex-governador Olívio Dutra (PT), superado na corrida ao Senado neste ano pelo vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), abriu seu voto em Leite.
A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) também pregou voto no candidato do PSDB nesta terça, em uma rede social, e argumentou que “anular o voto não constrói uma alternativa popular”.
Nenhum voto em Onyx
O diretório gaúcho do PT divulgou uma resolução na segunda-feira (10) pregando “nenhum voto em Onyx”, mas sem pedir apoio explícito a Leite. Outro ex-governador petista, Tarso Genro, que já havia declarado voto no tucano na última semana, reiterou nesta terça, ao elogiar o posicionamento de Manuela, que “não é questão (de eleger) o menos pior”, mas sim “qual a maneira mais forte de votar para um fascista não vencer”. Onyx avançou ao segundo turno gaúcho na liderança, com 37,5% dos votos válidos, enquanto Leite teve 26,8%.
O PT, que chegou a ter a maior votação no primeiro turno presidencial de 2010 e 2014 no Rio Grande do Sul, quando a candidata era Dilma Rousseff, sonha em estreitar ainda mais a distância de Bolsonaro para Lula no estado. Neste ano, Bolsonaro teve 48,8% dos votos válidos dos gaúchos no primeiro turno, pouco menos do que os 52,6% que teve em 2018. Lula apareceu com 42,2%, quase o dobro da votação de Fernando Haddad (PT) no estado há quatro anos.
Olívio Dutra
Olívio Dutra disse ao Globo não “pleitear” uma declaração de Leite sobre a eleição presidencial, citando que a resolução da comissão executiva do PT gaúcho, da qual o ex-governador petista não faz parte, “nada informa sobre qualquer reunião ou proposta a esse respeito” com o tucano. Dutra, por outro lado, reforçou o discurso adotado por petistas de que um posicionamento de Leite em defesa da democracia, lido nesse contexto como uma contraposição a Bolsonaro, repararia o que considera uma “grave omissão”.
— Voto no candidato Leite mantendo a crítica que sempre tivemos a suas políticas neoliberais, mas por entender que a questão maior nesse momento é a defesa da democracia, ameaçada constantemente pelo presidente que tenta a reeleição. O perfil do candidato Leite, diferente de seu oponente, é de um adversário civilizado, e não truculento, preconceituoso ou negacionista. Para a situação de risco que vive nossa democracia, isso não é qualquer coisa — disse Dutra.
No Ar: Pampa Na Tarde