Terça-feira, 08 de Outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 25 de junho de 2022
As chances de um “pouso suave” nos Estados Unidos em meio à subida de juros para controlar a maior inflação em quatro décadas no país diminuem a cada dia, ao passo que o risco de um “pouso forçado” cresce, disse o chefe de economia do Citi para a América Latina, Ernesto Ravilla. “É uma má notícia para os Estados Unidos e para a América Latina”, resumiu, em conversa com jornalistas, na manhã deste sábado (25).
De acordo com Ravilla, uma recessão nos Estados Unidos amplia os impactos em países da América Latina, o que inclui o Brasil. Dentre os possíveis efeitos, disse, estão menor crescimento e maior depreciação das moedas da região.
“Então, basicamente o baixo crescimento é quase um denominador comum em toda a região. A América Latina não será tão dinâmica quanto nos últimos 20 anos”, afirmou Ravilla, durante o Citi Latam Media Summit, evento que reúne jornalistas da América Latina, na sede do grupo, em Nova York.
O economista ponderou, entretanto, que o Citi ainda não trabalha com o cenário de recessão nos Estados Unidos, bem como o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Por ora, o gigante de Wall Street mantém a expectativa de um “pouso suave” para a maior economia do mundo, a despeito do aperto monetário mais agressivo no país.
Em relação à América Latina, há, conforme ele, dois grupos de países com desempenhos distintos na região: um que cresce abaixo do patamar dos últimos 20 anos e outro acima. O Brasil está ao lado de outras nações como Chile, Peru, Equador e Costa Rica com menores taxas de expansão. “Temos uma má combinação de fatores externos correlacionados com a desaceleração na China, o aperto monetário nos Estados Unidos, mas também dificuldades internas, particularmente políticas”, explicou Ravilla.
Especificamente em relação ao Brasil, o Citi elevou recentemente suas projeções para o País. Passou a estimar alta de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, de 0,7% antes. Para o próximo ano, o Citi vê desaceleração, com a economia brasileira crescendo 0,7%. “A economia no Brasil está melhor do que o esperado”, justificou. Nos últimos 20 anos, porém, a média de crescimento do Brasil foi de apenas 3%, segundo Ravilla.
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