Sábado, 07 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 29 de maio de 2025
Diante de uma verdadeira ditadura do materialismo, que, de certa forma, tem imposto as bases para a construção dos relacionamentos afetivos – enfraquecendo vínculos sob o peso das pressões externas e da busca incessante por conquistas materiais – lhe convido à refletir: “se relacionamentos precisam de muito mais do que garantias materiais para prosperarem, exigindo vida pulsante, respeito mútuo, saúde emocional e uma base sólida, construída dia após dia?”
Embora pareça um exagero, acredito que não seja – ao me referir a um corpo e frisar que ele é vivo. Sabemos que o simples fato de ser corpo não significa estar vivo, e mesmo que esteja biologicamente vivo, isso não implica que esteja pleno em suas funções: falar, cantar, dançar, pensar, mover-se. Há corpos que, embora vivos, estão privados de sua expressão completa, restritos a um funcionamento vegetativo, mantidos apenas pelo suporte de aparelhos, como no estado de coma.
É lamentável, mas o mesmo pode acontecer com um relacionamento. Ainda que haja um compromisso firmado – seja namoro, noivado ou casamento –, isso não garante a vitalidade da relação. Pode haver formalidade, mas faltarem a comunhão, a parceria, o respeito, e outros pilares que sustentam um verdadeiro vínculo a dois.
Um relacionamento deve celebrar sua saúde emocional como um dos bens mais preciosos, preservando também a dignidade mútua, expressa no respeito às diferenças e na valorização da identidade única de cada um.
Quando esses valores estão presentes no relacionamento autêntico, mesmo as crises são tratadas como oportunidades de crescimento e amadurecimento. A crise é o grito do vínculo dizendo: “É hora de parar, ouvir, perceber que há algo ruidoso entre nós, e precisamos cuidar.”
Estar ao lado de alguém equilibrado, compreensivo, respeitoso, disponível e amoroso é algo tão raro que, confesso, talvez nem fosse necessário o amor para optar por compartilhar a vida com uma pessoa assim – bastaria um pouco de inteligência.
O relacionamento maduro busca o melhor para si e para o outro. E se dispõe a compreender, e até aceitar, traços e características que, embora não sejam do nosso agrado, compõem a singularidade de quem amamos.
Certa vez, ouvi de um jovem noivo uma frase que me marcou profundamente: “Minha noiva não me amará apenas pelo fato de eu ser uma pessoa de sucesso, meus livros publicados, uma carreira em ascensão e pelos três diplomas universitários. Ela me amará principalmente porque estou disponível para ouvi-la sempre que precisar, porque me importo com suas lutas, apoio seus sonhos e, acima de tudo, valorizo quem ela é hoje.”
Estou cansado desse engano espalhado por aí, que tem iludido tantas pessoas e casais – jovens e adultos –, desencorajando a formação de famílias baseadas no ser, e não apenas no ter.
Ter diplomas, destaque profissional, conquistas materiais não é algo desprezível ou condenável. São bênçãos. No entanto, essas conquistas, por si só, não garantem a tão sonhada felicidade a dois.
O relacionamento saudável se assemelha à construção de uma casa. Não importa o quão luxuosos sejam os móveis, os acabamentos ou os eletrodomésticos de última geração; se a estrutura for frágil e sucumbir à ação do tempo – ao sol e à chuva da vida –, inevitavelmente, tudo o que está dentro dela será comprometido.
Por isso, construa seu relacionamento sobre bases sólidas: sobre seu caráter, seu comportamento e suas ações diárias junto à pessoa que você escolheu para caminhar ao seu lado.
Desejo uma boa construção! (Por Marcos Amaral)
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