Home Sem categoria Renúncia do CEO de Hurb: o que o levou a tomar essa decisão e o que acontecerá com os prejudicados?

As férias são um dos momentos mais esperados por todas as pessoas. Não importa se você pode desfrutar de poucos ou de muitos dias de descanso, e se pode viajar para destinos que ficam a uma distância considerável de onde você mora ou para um lugar próximo. O que realmente importa é que você possa se afastar da rotina e das obrigações diárias, podendo curtir um bom e merecido descanso e de certas atividades que, com a correria do dia a dia, geralmente se tornam impossíveis de realizar.

Se você está acostumado a planejar viagens com frequência, sabe muito bem que existem muitos detalhes nos quais você deve prestar atenção para não ter inconvenientes de última hora: as passagens, a duração da viagem, que tipo de atividades podem ser realizadas no destino, o idioma, a documentação que você não pode esquecer e, principalmente, a hospedagem, porque é onde você passará muito tempo durante a sua estadia em um local determinado.

No entanto, muitas vezes, nem tudo tem o resultado desejado, e é isso que aconteceu com a empresa Hurb (ex-Hotel Urbano) e, pelo mesmo motivo, está na boca de todo o mundo há algum tempo.

O que é Hurb e o que aconteceu?

De acordo com seu site, a empresa se define como um grupo de pessoas amantes de viagens que tem como objetivo criar lembranças para sempre e tornar a viagem daqueles que a escolhem muito mais fácil. Além disso, a página oficial da empresa reconhece como principal atividade a venda de diárias em hotéis, ou seja, um intermediário entre o viajante e a hospedagem dentro do país ou em centenas de destinos internacionais que promovem.

Infelizmente, nem tudo é tão feliz como parece. O que aconteceu é que a empresa vendeu alguns pacotes promocionais com datas de viagem abertas quando a pandemia de COVID-19 estava muito latente e, neste caso, aqueles que os compraram deveriam comunicar diferentes opções de datas para que Hurb procurasse as promoções necessárias dentro desse período.

Os usuários começaram a entrar em contato com a empresa, manifestando que não conseguiam fazer as reservas de viagens e, por outro lado, as hospedagens informaram que não receberam os pagamentos correspondentes por parte da empresa, por isso decidiram proceder com a suspensão das reservas que puderam ser realizadas.

Obviamente, tudo isso trouxe um inevitável desconforto entre os usuários que pagaram um preço por algo que ainda não podem curtir, já que a maioria deles comprou pacotes com datas flexíveis que costumam ser mais econômicos do que aqueles com datas determinadas.

Redes sociais e renúncia do CEO de Hurb

Com o passar dos dias, as redes sociais e os meios digitais ecoaram a notícia. Aqueles que compraram os pacotes temem que eles sejam cancelados, não têm clareza sobre a possibilidade de reembolso do dinheiro e alguns manifestaram ter sentido vergonha por ter recomendado o site a seus familiares, amigos ou conhecidos. De fato, existe um grupo no Facebook que reúne mais de 24 mil pessoas com um objetivo em comum: reclamar e processar coletivamente à empresa por não cumprir o que foi anunciado e prometido, além de esperar que os responsáveis ​​aprendam a tratar os clientes com respeito e honestidade. Embora a empresa afirme que pode ser contatada por chat, e-mail e telefone, os proprietários das hospedagens e alguns passageiros relataram que é impossível resolver seus problemas através desses canais de comunicação.

Como as repercussões começaram a ser muitas e se tornaram incontroláveis, João Ricardo Mendes renunciou como CEO na segunda-feira 24 de abril. Além dos fatos mencionados e das reclamações dos usuários, o diretor executivo da plataforma de viagens foi gravado enquanto xingava os clientes que se queixavam dos serviços prestados pela empresa. Mas isso não foi tudo, Mendes revelou dados pessoais de um lesado e pediu aos sócios que enviassem mensagens de tom agressivo.

À crise de imagem que a empresa enfrenta atualmente se soma esse comportamento agressivo e condenável que só conseguiu trazer ainda mais foco para a notícia.

Diante dessa situação, Mendes escreveu uma carta aberta em que reconhece que os erros cometidos não foram responsabilidade de toda a empresa, mas ele mesmo se responsabiliza por eles como consequência de querer se manter ocupado depois da morte de sua mãe.

Ao longo do comunicado, ele forneceu algumas explicações e comentou as conquistas da empresa, além de comunicar que precisa de tempo para refletir e poder ser um líder adequado, pois está claro para ele que suas ações não orgulharam seus clientes nem o grupo de trabalho. Por último, mencionou que, quando s sua situação melhorar, pretende continuar se concentrando na construção de uma empresa de nível mundial.

Atualmente, o advogado geral da empresa, Otàvio Brissant, está no comando da mesma de forma interina, embora o ex-CEO ainda seja o principal acionista e tutor legal da empresa, o que ainda gera descontentamento entre os danificados.

Alguns testemunhos dos danificados e seu futuro

Através das redes sociais, muitas pessoas estão compartilhando sua situação particular e o que aconteceu com a viagem que tinham planejado. É o caso de uma usuária que comentou ter adquirido um pacote para vários países, como Dubai, Chile, Punta Cana e Europa, entre outros destinos. Outro viajante, por sua vez, sugeriu a todos os danificados que apresentem uma ação coletiva no tribunal apropriado se não receberem o reembolso dentro do prazo correspondente.

Outro usuário, por sua vez, mencionou que tem uma viagem programada para a Inglaterra, mas que a empresa não pode mais adiá-la e, mesmo assim, não recebeu o voo e, apesar dos reclamos por diferentes meios de comunicação, não obteve uma resposta concreta da empresa e, muito menos, uma solução para seu problema.

Também se tornam visíveis os comentários de usuários que se sentem envergonhados por terem recomendado a empresa a familiares ou pessoas conhecidas.

Mas isso não é tudo, ao grupo do Facebook e às publicações isoladas nas diferentes redes sociais, também se juntou a criação de grupos de WhatsApp onde os usuários se agruparam por destino de pacotes de viagem, ou seja, foram criados grupos onde se encontram todas as pessoas que tinham planejado viajar para Itália, Estados Unidos, México e Chile, entre outros, além das subdivisões correspondentes a cada destino em particular.

Embora em um comunicado emitido pela empresa, esta se comprometa a cumprir com as obrigações assumidas e diz ter formado uma equipe de trabalho composta por mais de mil pessoas capacitadas para reverter a situação e regularizá-la, é evidente que atualmente não pode fazer frente aos contratos celebrados e que o desespero dos usuários começa a se tornar cada vez mais visível e a necessidade de uma resposta imediata não pode mais ser adiada, pois do contrário estarão sendo prejudicados de maneira irreparável.