Sábado, 05 de Outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 7 de setembro de 2024
A reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, teve só mulheres presentes. Além de Anielle, participaram as ministras Ester Dweck (Gestão e Inovação) e Cida Gonçalves (Mulheres) e a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do PT.
O presidente Lula já havia tomado a decisão de demitir Silvio Almeida, agora ex-ministro dos Direitos Humanos, e em momento algum, segundo relato de participantes das diversas reuniões de sexta-feira (6), cogitou manter Silvio Almeida no governo. Foi dada a possibilidade de ele pedir demissão – mas jamais seria mantido no cargo.
No relato de diferentes ministros ouvidos, o presidente Lula quis deixar claro que não era apenas por Anielle Franco – mas por todas as mulheres que fizeram denúncias. ”Acho que ele quis deixar isso claro”, diz uma fonte do Palácio do Planalto.
Na conversa com Anielle, Lula deixou claro também que estava demitindo Silvio por causa de todas as denúncias que estavam aparecendo e que não precisava do relato dela para confirmar sua decisão. Anielle disse que gostaria de contar, e relatou a importunação do colega.
Lula e as presentes ouviram, com atenção, tristeza e solidariedade, nas palavras de uma fonte que participou do encontro. ”Uma tragédia, um horror”, disse ao blog uma fonte que participou do encontro. “Presidente ouviu com escuta, respeita e afeto”, complementa outra participante. A ministra Esther, presente, ficará interinamente no cargo – mas o PT já busca um outro quadro para ocupar a vaga.
Demissão
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi exonerado do cargo após a divulgação de que ONG Me Too Brasil recebeu denúncias de assédio sexual contra ele. Após reunião com Silvio Almeida, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a situação dele é insustentável e o tirou do cargo.
“O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, afirmou nota da Presidência.
A existência das denúncias foi divulgada na quinta-feira (5) pelo portal “Metrópoles” e confirmada em nota pública pela ONG, que combate a violência sexual. Conforme o portal, os episódios teriam ocorrido no ano passado e uma das vítimas foi a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Após a divulgação do caso pela imprensa, Silvio Almeida chamou as denúncias de mentiras sem provas. Ele também afirmou que vai pedir na Justiça responsabilização de quem fez os relatos e argumentou que as acusações são uma perseguição contra ele, um homem preto.
“Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país”, afirmou.
Silvio enviou à Justiça um pedido de interpelação judicial contra a Me Too Brasil – em que pede para a organização detalhar as denúncias e dizer qual encaminhamento deu às informações.
No Ar: Pampa Na Tarde