Quarta-feira, 02 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 3 de maio de 2022
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou Israel de apoiar neonazistas na Ucrânia. A declaração desta terça-feira (3) aumenta a tensão que surgiu entre os dois países no domingo (1º), quando Lavrov afirmou que “Adolf Hitler tinha origens judaicas”.
Em entrevista, Lavrov foi perguntado como a Rússia poderia dizer que precisava “desnazificar” a Ucrânia – um dos argumentos de Moscou para invadir o país vizinho – se o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é judeu.
“Acho que Hitler também tinha origens judaicas, portanto isso não significa nada”, respondeu o chanceler russo à entrevistadora.
Na última segunda (2), autoridades de Israel rebateram a declaração, ressaltando que a afirmação do ministro era uma falsidade “imperdoável’ que minimizava os horrores do Holocausto. O chanceler Yair Lapid também convocou o embaixador da Rússia para esclarecimentos e exigiu um pedido formal de desculpas.
A Alemanha também criticou a declaração. O porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, disse que o que Lavrov disse é uma “propaganda absurda”.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que “Lavrov não consegue esconder o antissemitismo profundamente enraizado nas elites russas”.
“Estas declarações são ofensivas para o presidente Zelensky, para a Ucrânia, Israel e para o povo judeu”, declarou Kuleba em sua conta no Twitter.
Em comunicado divulgado na manhã desta terça, porém, Lavrov reiterou sua posição e disse que a resposta de Lapid, era “anti-histórica” e “explicava por que o governo israelense apoiava um regime neonazista em Kiev”.
“O antissemitismo na vida cotidiana e na política não parou e, ao contrário, é alimentado (na Ucrânia)”, informou o comunicado.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, Israel tenta manter um delicado equilíbrio entre Kiev e Moscou.
Apesar de expressar reiteradamente apoio à Ucrânia, o governo inicialmente evitou criticar diretamente Moscou, um ator importante na Síria, e também adotar sanções formais contra oligarcas russos.
No mês passado, porém, Lapid acusou a Rússia de cometer crimes de guerra na Ucrânia, e concordou em fornecer capacetes e coletes à prova de balas para os serviços de resgate da Ucrânia, sinalizando uma mudança em sua posição de fornecer tais equipamentos.
A Rússia repetiu diversas vezes que deseja “desmilitarizar” e “desnazificar” a Ucrânia, uma ex-república soviética governada por um Executivo pró-Ocidente, justificando assim a ofensiva iniciada em 24 de fevereiro contra o país.
O governo russo também acusa Israel de “ignorar a epidemia de destruição e profanação de monumentos aos verdadeiros justos do mundo: os soldados do Exército Vermelho que pararam o Holocausto e salvaram o mundo judaico”.
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