Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Home em foco Rússia muda tom, diz que reconhece Zelensky como líder da Ucrânia e irá a reunião desta quinta para discutir cessar-fogo

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Em uma mudança de tom da liderança russa, o chanceler do país, Sergei Lavrov, disse na quarta-feira (2) que reconhece Volodymyr Zelensky como presidente da Ucrânia, e que o fato de ele querer obter “garantias de segurança” nas negociações com a Rússia é um “passo positivo”.

Até agora, o Kremlin vinha pedindo o que chama de “desnazificação” do governo ucraniano e, na semana passada, o presidente Vladimir Putin chegou a incitar os militares ucranianos a derrubarem o governo de Zelensky porque, segundo ele, isso tornaria mais fáceis as negociações entre os dois lados.

“Nossos negociadores estão prontos para a segunda rodada de discussões dessas garantias com representantes ucranianos”, disse Lavrov à emissora Al Jazeera, no mesmo dia em que foi anunciado que a nova reunião acontecerá nesta quinta-feira. O encontro estava marcado inicialmente para a quarta-feira, mas foi adiado ao que tudo indica por questões logísticas.

Lavrov reforçou que “se uma terceira guerra mundial ocorresse, envolveria armas nucleares e seria destrutiva” e afirmou que a Rússia enfrentaria um “perigo real” se Kiev adquirisse armas nucleares.

O principal negociador russo, Vladimir Medinsky, disse que, na reunião desta quinta, seu país discutirá um cessar-fogo com a Ucrânia. Segundo a agência de notícias russa Tass, o Exército está fornecendo um corredor de segurança para a delegação ucraniana. O ponto de encontro fica perto da fronteira entre a Bielorrússia e a Polônia.

Na mesma entrevista à Al Jazeera, Lavrov afirmou que Moscou “continua comprometida com a desmilitarização da Ucrânia” e que deveria haver uma lista de armas específicas que nunca poderiam ser instaladas em território ucraniano. Desde o início da crise, a Rússia exige que Kiev adote um status neutro e abra mão de aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar liderada pelos EUA.

Nunca ficou claro se a exigência de desmilitarização significa que a Ucrânia não poderia ter Forças Armadas ou se poderia manter forças defensivas.

Do lado ucraniano, o governo também confirmou que uma delegação do país está indo para a Bielorrússia para a segunda rodada de negociações. A primeira, na segunda-feira, não teve resultados concretos. “A delegação ucraniana está a caminho do local das negociações”, afirmou em nota a Presidência, sem dar mais detalhes.

A mudança de tom de Moscou acontece no mesmo dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, conversou por telefone com dois aliados: Israel e Índia. Segundo um comunicado do Kremlin, Putin e o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, discutiram a operação militar de Moscou na Ucrânia em uma conversa iniciada pelo lado israelense.

Putin disse a Bennett que levar em conta os interesses de segurança de Moscou estava entre as principais condições para resolver o conflito. Os dois líderes concordaram em continuar os contatos pessoais.

Com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o presidente russo teria tratado da retirada de cidadãos indianos da Ucrânia, segundo a agência de notícias russa Tass. Na semana passada, a Índia se absteve de um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU, vetado pela Rússia, que condenava as ações de Moscou na Ucrânia.

Na quarta-feira, voltou a se abster em outra resolução que exige a retirada imediata das tropas russas da Ucrânia. O texto “deplora nos termos mais fortes a agressão da Rússia contra a Ucrânia” e exige que a Rússia “cesse imediatamente seu uso da força”.

Um dia antes, Zelensky afirmara que a Rússia precisava parar de bombardear cidades para haver diálogo. “Primeiro precisamos tentar prever se os negociadores ucranianos vão aparecer ou não, vamos torcer para que isso aconteça”, disse.

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