Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2025

Home Tecnologia Saiba como evitar cair em golpes ao comprar viagens de férias

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Foi noticiado recentemente que hackers vêm atacando cada vez mais empresas usuárias do site Booking.com.

Primeiro, eles enviam aos hotéis um e-mail de phishing (roubo de dados). Eles fazem com que os funcionários cliquem em um link que instala um programa de malware nos computadores do hotel e procura os clientes com reservas pelo Booking.com.

Em seguida, os hackers enviam e-mails diretamente para esses clientes, como aconteceu com Isabel Wagner. E os eventuais pagamentos, é claro, vão para os hackers e não para o hotel.

O golpe está pagando “sérios dividendos”, segundo contou um especialista de inteligência em ameaças cibernéticas.

Este é mais um dentre centenas de golpes praticados todos os anos contra as pessoas que viajam. Os casos variam de turistas que chegam ao imóvel alugado pelo Airbnb e descobrem que ele não existe até passagens áreas que desaparecem antes do check-in.

Em 2022, a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) recebeu mais de 55.330 denúncias de fraudes de viagem, incluindo imóveis em compartilhamento temporário, ou timeshare. Os prejuízos somam US$ 49 milhões (cerca de R$ 242 milhões).

Uma pesquisa entre 7 mil pessoas de sete países, realizada pela empresa de software de segurança McAfee, concluiu que um em cada três viajantes já sofreu algum tipo de golpe ou conhece alguém que tenha sido lesado. E um terço deles perdeu US$ 1 mil (cerca de R$ 4,9 mil) ou mais antes mesmo do início das férias.

Se você estiver comprando uma passagem, reservando um hotel ou a caminho do seu destino, aqui estão 10 dicas de especialistas em cibersegurança e fraude de viagens para se proteger contra os golpes.

  • Se a questão parecer urgente ou você se sentir pressionado, este é o primeiro sinal de alerta

Existem muitos tipos de golpes, mas quase todos têm uma característica comum: eles fazem a pessoa sentir que existe algo que ela precisa fazer com a máxima urgência possível, sob risco de perder, digamos, sua reserva.

“Os golpistas tentam jogar com as suas emoções, ou tentam fazer você reagir rapidamente – por exemplo, se você não fizer algo, haverá consequências desastrosas”, explica o pesquisador de segurança sênior Oliver Devane, da McAfee Labs, que investiga os golpes cibernéticos no setor de turismo.

“Mas na realidade, não existem muitos cenários como este, certo? É muito improvável receber uma mensagem de um hotel dizendo que, se você não fizer algo nos próximos 30 ou 60 minutos, você irá perder a reserva.”
“O sinal de alarme deve soar se você estiver sendo pressionado a fazer algo rapidamente”, aconselha Devane.

Ele acrescenta que esta orientação é especialmente válida para empresas que atendem clientes diretamente, como os hotéis. “O setor de serviços simplesmente não trabalha desta forma – ele deve oferecer uma experiência agradável.”

  • Quase tudo pode ser falsificado

O e-mail de Wagner incluía alguns detalhes suspeitos, como o hiperlink desconhecido. Mas outros e-mails de phishing são muito mais profissionais e podem não ter nenhum sinal que cause desconfiança.

“Há alguns anos, meu banco enviou uma mensagem dizendo: ‘quando enviarmos e-mails para você, sempre incluiremos seu nome e é desta forma que você sabe que ele é verdadeiro’”, conta Wagner. “Este conselho não envelheceu muito bem.”

Especialistas alertam que, atualmente, tudo pode ser falsificado. Isso inclui não só a menção do nome da vítima, mas até o encaminhamento da pessoa para um website que parece idêntico ao da empresa verdadeira.

  • Cuidado ao clicar anúncios online

A coleta de dados online é feita hoje de forma rápida e minuciosa. Por isso, assim que você começar a pesquisar sobre o próximo feriado, provavelmente irá ver surgirem anúncios online relacionados à sua busca.

Mas alguns desses anúncios podem ser tentativas de fraude. Os mais convincentes podem até encaminhar você para um site que parece um mecanismo de reservas terceirizado do qual você já ouviu falar. Mas, na verdade, o site é falso.

Verifique sempre a legitimidade de qualquer empresa que estiver sendo anunciada. E, ao fazer sua pesquisa online, estude a possibilidade de usar uma rede virtual privada (VPN), que criptografa os dados entre o seu aparelho e roteador. Use também um navegador que bloqueie o rastreamento de anúncios como, o DuckDuckGo.

Se você estiver usando software de segurança, Devane aconselha a verificar se ele é compatível com o seu navegador.

  • Use apenas sites de reservas terceirizado de boa reputação

Pode parecer contrassenso, já que os golpistas atacaram um site de reservas terceirizado de boa reputação, o Booking.com.

Mas diversos outros golpes envolvem sites de terceiros que prometem reservar passagens aéreas, por exemplo, levam o seu dinheiro… e nunca compram nem fornecem a passagem.

Por isso, se você usar um agregador ou site de reservas terceirizado (em vez de reservar diretamente com o hotel ou a companhia aérea), especialistas afirma que é mais seguro usar empresas grandes, com marcas de que você já tenha ouvido falar. Mas, mesmo assim, é também preciso seguir todas as outras instruções de segurança detalhadas nesta reportagem.

Se você não conseguir se lembrar do endereço exato do site de reservas terceirizado e precisar procurá-lo em um mecanismo de busca, tenha cuidado para não clicar nos anúncios incluídos na pesquisa. Clique apenas no resultado de busca orgânico.

  • Nunca pague com transferência bancária (PIX, TED ou outro tipo de transferência eletrônica)

As normas de proteção do consumidor geralmente indicam que, se você usar cartão de débito ou crédito, você está protegido contra transações fraudulentas. Em outras palavras, normalmente você consegue receber seu dinheiro de volta – apesar da perda de tempo e dos transtornos.

Mas essa proteção, muitas vezes, não se estende às transferências bancárias ou pagamentos com outros métodos, como criptomoedas ou cartões-presente.

Mesmo se você perder dinheiro com pagamentos através de cartões-presente ou transferências bancárias, nos Estados Unidos, a FTC ainda sugere que você tente conseguir o dinheiro de volta. No Reino Unido, a organização Citizen’s Advice oferece recomendações específicas para o país.

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