Sexta-feira, 17 de Maio de 2024

Home Copa do Mundo 22 Saiba como Messi foi de “rejeitado” a herói da Argentina

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A vitória da Argentina contra o México no sábado (26), que evitou a eliminação da Copa do Mundo do Catar, teve participação decisiva da estrela principal do time: o atacante Lionel Messi, 35, marcou o primeiro dos dois gols da albiceleste. O argentino deixou seu país natal há mais de duas décadas, quando tinha apenas 13 anos. E apesar da carreira de sucesso no Barcelona e de manter vivas suas raízes, Messi demorou a conquistar o coração de muitos argentinos que o viam como “pouco apaixonado” na hora de entrar em campo com a camisa da seleção do país.

Nas Copas passadas, era comum ouvir em Buenos Aires queixas de taxistas e comerciantes que diziam que ele jogava “muito bem” no Barcelona, mas “não tinha a mesma garra” na seleção argentina. Esse sentimento mudou, pelo menos por enquanto, quando Messi ergueu a taça de time campeão no Maracanã, na Copa América em julho de 2021, observa o jornalista esportivo argentino Carlos Ares, com 40 anos de experiência e atualmente colunista da revista Perfil, de Buenos Aires.

Foi a primeira vez, na fase adulta, que Messi conquistou um troféu para seu país, apesar dos vários triunfos no Barcelona, onde jogou durante mais de quinze anos, e apesar de colecionar sete prêmios ‘Bola de Ouro’ de melhor jogador do mundo, além de premiações como melhor jogador da Europa, entre outras láureas internacionais.

Messi joga há quase 20 anos com a camiseta argentina. Nas seleções sub-20 e na sub-23, quando era chamado, principalmente, de ‘Pulga’, em função de sua baixa estatura, ganhou prêmios para o país e abriu seu caminho para a estreia, aos 18 anos, na Copa do Mundo de 2006. Foi o jogador mais jovem de uma seleção na época, segundo a imprensa argentina.

A jornalista rosarina Hagar Blau Makaroff, do portal Rosario Plus, conta que em Rosario já são vários os murais com o rosto do jogador, como uma forma dos moradores de homenagearem o atleta que “saiu de Rosario, mas Rosario não saiu dele”.

“E agora, na Copa de Catar, o bairro dele, que fica no sul da cidade, está cheio de bandeiras da Argentina”, diz.

“A Copa de Messi?”

A Copa do Catar é o quinto no seu currículo e na Argentina os especialistas em futebol disseram que esta seria ‘a Copa de Messi’, principalmente depois da conquista da Copa América. “Com esse troféu, Messi se liberou do peso (da cobrança de prêmios) que carregava quase exausto”, escreveu o jornalista Daniel Arcucci, do jornal La Nación, de Buenos Aires.

Segundo ele, Messi estaria agora em seu melhor momento. “Maduro, feliz e líder. Ele é um animal competitivo e tem como meta ganhar a Copa do Mundo, que é o que lhe falta”, afirmou Arcucci.

Mas na Argentina, Messi enfrenta comparações quase permanentes com outro craque do país, Diego Armando Maradona (1960-2020).

“Com a Copa América, em pleno Maracanã, Messi ficou a um passo do altar que a Argentina reserva para Maradona”, disse um jornalista portenho.

Frustração

Os argentinos não disfarçavam sua frustração com a derrota no jogo de estreia no Mundial. “Ficou mais difícil vencer a Copa”, diz um torcedor do bairro de Caballito, refletindo o sentimento que parecia ser de muitos na Argentina.

O cientista político e professor da Universidade de Buenos Aires (UBA) Martín Leguizamon nota que a “desolação foi total” e há quem tema por mais uma “frustração argentina”, num país que, segundo ele, tem um histórico de sonhos interrompidos e de altos e baixos tanto no futebol como no âmbito politico, por exemplo.

O comentarista esportivo Gonzalo Bonadeo, da emissora TN (Todo Noticias), disse que Messi se firmou, nos últimos tempos, como um líder.

“Messi se transformou em líder. Ele jogou cerca de 60 partidas em cerca de quinze anos. Hoje podemos dizer que ele é velocidade, mas também um profissional responsável. Contou com a ajuda da ciência, da alimentação apropriada. Mas ele não dá detalhes”, diz Bonadeo, pouco antes do jogo contra a Arábia Saudita e quando a Argentina parecia muito mais otimista com o Mundial. Agora, a vitória contra o México, neste sábado, por enquanto evitou a eliminação ainda na fase de grupos.

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