Terça-feira, 11 de Fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 8 de abril de 2022
O Senado dos Estados Unidos aprovou, na quinta-feira (7), a nomeação de Ketanji Brown Jackson, indicação do presidente americano, Joe Biden, para uma cadeira na Suprema Corte do país. Com a aprovação, Jackson se tornou a primeira mulher negra a assumir uma posição na mais alta corte dos EUA, um cargo que é vitalício.
Apesar da aprovação, Jackson apenas poderá assumir o cargo após a saída do atual ministro Stephen Breyer, que disse que deixará o assento antes do próximo recesso, em junho.
A indicação de uma mulher negra era uma promessa de campanha do presidente democrata – ela foi repetidamente atacada por republicanos que a acusaram de ser “fraca no combate a crimes”.
Com controle da maioria da casa, os democratas confirmaram a indicação. Era necessária apenas a maioria simples para a confirmação.
Pioneira
Jackson é uma juíza de segunda instância de 51 anos. Além de ser a primeira mulher negra, é apenas a terceira pessoa negra a assumir a mais alta posição da corte.
Atualmente, há também o juiz conservador Clarence Thomas.
A juíza trabalhou como defensora pública e, como tal, representou réus pobres. Ela também fazia parte de uma comissão encarregada de fazer recomendações sobre sentenças federais.
Ela é ainda a sexta mulher, na história da Suprema Corte dos EUA, a assumir o cargo de juíza. Atualmente, mais três mulheres ocupam cadeiras no tribunal: Sonia Sotomayor e Elena Kagan, na ala liberal; e Amy Coney Barrett, na ala conservadora.
É inédito que quatro mulheres ocupem, ao mesmo tempo, espaço na corte que conta com nove assentos vitalícios.
Republicanos a acusam, como juíza, de ter dado sentenças baixas em casos de pornografia infantil.
Especialistas do principal grupo de advocacia do país rejeitaram as acusações de republicanos de que ela é fraca no combate a crimes, incluindo pornografia infantil.
‘Mão na massa’
Mas ela também será uma das poucas a ter experiência profissional no sistema penal.
A maioria dos juízes desse nível se destacaram como promotores, mas ela defendeu réus por dois anos como defensora pública em Washington.
O desconhecimento da lei pelos réus a impactou e, assim que se tornou juíza, se esforçou para explicar suas decisões aos condenados.
Tio preso
As consequências do sistema judicial são familiares para a família Jackson. Um de seus tios foi condenado à prisão perpétua, em 1989, sob uma lei muito repressiva. Ele foi condenado, à época, a esta sentença “automática” após ter sido condenado a três crimes contra as leis de entorpecentes.
Em reportagem do jornal “The Washington Post”, um amigo da juíza, que não foi identificado, disse que ela não tinha muito contato com o tio, mas que a experiência “trouxe consciência”.
Jackson é filha de professores e teve uma infância estável no estado americano da Flórida. Seu pai retomou seus estudos de direito e tornou-se advogado em um conselho escolar, enquanto sua mãe ascendeu ao posto de diretora.
Durante seus estudos do ensino médio, ganhou concursos de eloquência e mais tarde estudou na prestigiosa Universidade Harvard, onde se formou com excelentes notas.
Ela chegou a trabalhar para o juiz Breyer, a quem agora substituirá.
A juíza é casada com um médico cirurgião, com quem tem duas filhas.
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