Terça-feira, 15 de Julho de 2025

Home Brasil Saiba quem são os oligarcas russos com negócios no Brasil

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A invasão da Ucrânia pela Rússia fez com que diversos países disparassem uma série de sanções econômicas contra o governo do presidente russo, Vladimir Putin, mas também contra megaempresários do país conhecidos popularmente como “oligarcas”.

Mas não é só na Europa que alguns deles mantêm negócios e, em grande medida, obtêm lucro.

Foram identificados ao menos quatro bilionários russos com laços empresariais estreitos no Brasil. Um deles foi condecorado pelo presidente Jair Bolsonaro, recentemente. Todos atuam no mesmo ramo: fertilizantes agrícolas.

Confira quatro bilionários russos com negócios no Brasil:

Andrey Andreevich

Andrey Andreevich Guryev, de 39 anos, é um dos oligarcas com maior ligação com o Brasil. Ele é presidente do Conselho Empresarial Rússia-Brasil. Em fevereiro deste ano, ele foi condecorado com a medalha da Ordem do Rio Branco dada pelo presidente Jair Bolsonaro, em uma cerimônia realizada em Moscou.

Ele pertence à família Guryev, que controla a PhosAgro, uma das maiores empresas do mundo de fertilizantes à base de fosfato. De acordo com a revista Forbes, a fortuna estimada da família é de US$ 6 bilhões, a 28ª maior da Rússia.

O Brasil é considerado um dos mercados estratégicos pela empresa. Segundo relatórios da companhia, a PhosAgro registrou um lucro de US$ 1,7 bilhão em 2021. Uma parcela desse resultado positivo ocorreu, segundo a própria empresa, graças à alta demanda por fertilizantes de países como o Brasil.

Andrey Melnichenko

O empresário Andrey Melnichenko era o oitavo homem mais rico da Rússia em 2021, de acordo com a revista Forbes. Seu nome também constava na lista de oligarcas russos divulgada pelo governo dos Estados Unidos em 2018.

Sua fortuna estava avaliada em US$ 17,9 bilhões. O valor é US$ 1 bilhão a mais que a fortuna do brasileiro mais rico do mundo, o investidor Jorge Paulo Lehmann, com seus US$ 16,9 bilhões.

Melnichenko ficou bilionário atuando no ramo de fertilizantes agrícolas e carvão mineral. Ele era o nome por trás da EuroChem Group, um conglomerado de empresas com negócios em diversos países, inclusive no Brasil.

Em 2016, a EuroChem comprou 51% das operações de uma empresa brasileira que operava no setor de fertilizantes. Em 2020, o grupo anunciou que compraria o restante da companhia. À época, a expectativa era de que o faturamento da empresa girava em torno de R$ 4 bilhões por ano. Atualmente, ela é uma das principais fornecedoras de fertilizantes à base de fosfato do Brasil.

Dmitry Mazepin

Dmitry Mazepin tem 54 anos e nasceu em Minsk, capital de Belarus, quando o país ainda fazia parte da antiga União Soviética. De acordo com a revista Forbes, Mazepin é dono de uma fortuna avaliada em US$ 1,5 bilhão, o equivalente a R$ 7,7 bilhões.

Em 1992, ele se formou em Economia em uma universidade de Moscou e começou a atuar no setor financeiro e petroquímico, em empresas que haviam surgido após a onda de privatizações que se seguiu à queda do regime comunista. Em 2007, Mazepin fundou a Uralchem, que depois se tornou uma das maiores produtoras e exportadoras de fertilizantes do mundo.

Assim como seus outros concorrentes, Mazepin também mantém negócios com o Brasil. Além de exportar fertilizantes para o país, o grupo Uralchem vem comprando ativos no país ao longo dos últimos anos.

Em 2021, por exemplo, a Uralkali, uma das empresas sob o comando da Uralchem, anunciou a compra de 100% das ações da UPI Norte, acionista da Fertgrow S.A, líder na distribuição de fertilizantes agrícolas no Brasil.

Mazepin se dedica, além dos negócios, ao esporte. Um dos seus principais investimentos na área vinha sendo o patrocínio à escuderia Haas, da Fórmula 1, onde seu filho, Nikita Mazepin, era piloto. Além disso, Mazepin se tornou uma figura pública influente na Rússia, inclusive no meio político russo. Ele era frequentemente visto em eventos com o presidente russo, Vladimir Putin.

Vyacheslav Kantor

De acordo com a revista Forbes, Vyacheslav Kantor tem uma fortuna avaliada em US$ 4,9 bilhões, o equivalente a R$ 25 bilhões.

Diferentemente de Guryev, Melnichenko e Mazepin, Kantor não foi, até agora, alvo de sanções da União Europeia, Reino Unido ou dos Estados Unidos. Ele também é considerado um empresário próximo a Vladimir Putin.

A maior parte da sua fortuna veio da Acron, outra gigante russa do setor de fertilizantes. Segundo a agência Bloomberg, em janeiro deste ano ele tinha 94% das ações da empresa. De acordo com a companhia, ele exerce o cargo de presidente do conselho de coordenação da Acron, um cargo não-executivo.

Kantor é judeu e tem nacionalidade russa, israelense e britânica. É em Londres, aliás, que ele vive com sua família. Assim como ocorre com suas concorrentes no setor, o Brasil é considerado um mercado estratégico para a Acron, que já atua exportando fertilizantes produzidos em suas plantas na Rússia para o país.

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