Sexta-feira, 19 de Abril de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 21 de dezembro de 2021
A Casa de Saúde de Santa Maria inaugurou nesta terça-feira (21) o primeiro ambulatório especializado no processo transexualizador do interior do Rio Grande do Sul. Com recursos do programa Assistir, repassados pelo governo do Estado através da Secretaria da Saúde (SES), a unidade será focada no atendimento clínico e psicossocial das pessoas que queiram fazer a transição de gênero com tratamento hormonal.
A equipe do ambulatório é composta de médicos endocrinologista, psiquiatra, clínico geral, urologista, ginecologista, fonoaudiólogo, psicólogo, assistente social e enfermeiro. Serão oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) 240 consultas por mês, além de exames laboratoriais aos 33 municípios da região.
“Estamos dando um passo para o ambulatório ser um marco em Santa Maria e no Rio Grande do Sul”, disse a diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada da Secretaria da Saúde (SES), Lisiane Fagundes. Ela destacou o apoio do governador Eduardo Leite e da secretária da Saúde, Arita Bergmann, ao projeto, lembrando ainda da necessidade de avanços nas cirurgias de redefinição sexual.
“Em todo o País só cinco hospitais oferecem a cirurgia. Um aqui no Rio Grande do Sul”, disse, lembrando que atualmente, apenas o Hospital das Clínicas, em Porto Alegre, realiza o procedimento, com apenas uma vaga por mês. “Temos uma fila de espera de mais de 30 anos”.
Presente à cerimônia, a ativista dos direitos da população LGBTQIA+, Luiza Barros, fez um relato histórico sobre as violências sofridas por essas pessoas e destacou a importância do serviço: “Antes, a população trans era vista com foco na proteção do HIV/ Aids, mas somos mais do que isso. Que as mulheres trans, ao chegarem aqui, sejam bem acolhidas”.
Outro depoimento que comoveu a plateia foi do médico Rafael Rainer, que faz parte da equipe do ambulatório. “Hoje começa uma nova aventura esperada por milhares de cidadãos e cidadãs”, disse.
Já a presidente da Associação Franciscana de Assistência à Saúde, irmã Liliane Pereira, ressaltou os esforços para a inauguração: “Foram 90 dias de trabalho, treinamentos e capacitações para que o ambulatório de fato desempenhe o papel ao que se propõe, de acolhimento e cuidado”.
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