Sábado, 07 de Setembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 4 de junho de 2024
O senador Paulo Paim (PT-RS) foi hospitalizado nessa terça-feira (4), após passar mal em sua residência, em Brasília (DF). O parlamentar estava com sintomas de stress e desidratação e passou por exames médicos no Hospital Sírio-Libanês, na capital federal.
De acordo com o gabinete de Paim, o senador passou o fim de semana no Rio Grande do Sul realizando agendas relacionadas à tragédia climática que atinge o Estado e começou a se sentir sintomas de fadiga desde o retorno para Brasília, na última segunda-feira (3).
Na manhã dessa terça, ele passou mal enquanto se preparava para ir ao Senado.
Ainda de acordo com a equipe do senador, ele está estável, mas não há previsão de alta hospitalar. O petista está em observação e recebendo medicação via soro.
Emoção
Recentemente, o senador chorou ao comentar a situação causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Até a noite dessa terça, os temporais tinham matado 172 pessoas e atingido mais de 2,3 milhões habitantes, em 476 dos 497 municípios gaúchos.
O parlamentar se emocionou durante entrevista coletiva ao lado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), para discutir medidas de socorro ao Estado.
“Eu, tenho 74 (anos), nunca vi uma situação semelhante a essa. As pessoas estão pedindo água. ‘Queremos água para tomar.’ Querem um colchão para não dormir no chão. Um dos casos lá que nós vimos, é de 600 pessoas dividindo 60 colchões para ficar no chão. Estão pedindo, na medida do possível, cobertor”, disse na ocasião.
“Enfim, é algo que nós nunca vimos, né? Nunca pensamos ou imaginamos que íamos ter uma situação como esta. Por isso que nós precisamos do Brasil, precisamos do Congresso, precisamos do apoio, da solidariedade de todos. É isso, a situação é desesperadora, falta tudo”, continuou, emocionado.
Perfil
Paulo Paim nasceu na cidade de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, um dos dez filhos do casal Ignácio Alves Paim e Itália Ventura da Silva Paim.
De família sem recursos, começou a trabalhar com 8 anos de idade. Aos 12 anos conquistou uma vaga no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), onde fazia o curso técnico durante o dia, ao mesmo tempo em que fazia o ginásio no Ginásio Alberto Pasqualini, onde foi presidente do grêmio estudantil.
Após formar-se metalúrgico pelo Senai trabalhou na Metalúrgica Abramo Eberle e Forjasul. Em 1981 tornou-se presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas. Entre 1983 a 1986 galgou os cargos de secretário-geral e vice-presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Em 1985 filiou-se ao PT e no ano seguinte foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Sul, sendo deputado constituinte. Foi vice-líder do partido entre 1989 e 1991.
Foi reeleito deputado sucessivamente em 1990, 1994 e 1998. Entre 1993 e 1994 presidiu a Comissão de Trabalho, Administração Serviço Público da Câmara dos Deputados. Também provocou polêmica em 2001 quando, ao protestar contra projeto que alterava a CLT, rasgou um exemplar da Constituição Federal.
Nas eleições de 2002 disputou o cargo de senador, sendo eleito após uma disputa bastante acirrada pela segunda vaga contra a colega de chapa Emília Fernandes.
Nas eleições no Rio Grande do Sul em 2010 disputou a reeleição ao Senado, sendo o mais votado com 33,83% dos votos válidos.
Foi o autor do projeto de lei, apresentado em 1997, quando ainda era deputado federal, que criou o Estatuto do Idoso, e também do projeto de lei que renomeou a lei, em 2022, para Estatuto da Pessoa Idosa.
É o coautor do projeto original da lei brasileira de inclusão de 2015, que criou o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que entrou em vigência em março de 2016.
Em 2018, foi reeleito ao cargo com 1.875.245 votos. Com isso, Paim foi o único senador das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste a ser reeleito.
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