Segunda-feira, 21 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 20 de julho de 2025
A chance de uma mulher ter um filho menino ou menina pode não ser exatamente de 50%, um estudo novo concluiu. Pesquisadores da Escola de Saúde Pública T.H. Chan, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, analisaram diversas variáveis para descobrir qual delas influencia a probabilidade de uma família ter uma prole exclusivamente de um sexo.
Os cientistas examinaram dados de 146 mil gestações colhidos em 58 mil maternidades dos EUA entre 1956 e 2015. Seu objetivo era detectar se haveria um fator relevante para determinar que uma família tivesse todos os filhos meninos ou meninas.
Eles compararam o sexo dos filhos com oito características maternas: altura, índice de massa corporal (IMC), raça, cor do cabelo, tipo sanguíneo, cronotipo (horário do dia em que estão mais alertas), idade da primeira menstruação e idade ao ter o primeiro filho — que variou de 13 a 48 anos
“Por experiência pessoal, já vi amigos e familiares que só têm meninas ou meninos na família”, diz Siwen Wang, da Universidade Harvard, uma das pesquisadoras, em entrevista ao New Scientist. “Isso levanta a questão: seria puramente por acaso ou existe alguma base biológica que possa explicar esse fenômeno?”
Em termos populacionais, a chance de um bebê nascer menino ou menina é meio a meio. Os espermatozoides também carregam uma probabilidade semelhante de conter um cromossomo X ou Y, que determina o sexo do feto. No estudo, o objetivo era descobrir o quanto o lado materno poderia desbalancear essa proporção.
Os dados analisados por Wang e seus colegas correspondiam a mulheres com mais de um filho: 61% delas tinham dois, 30% tinham três, 8% tinham quatro e o restante tinha cinco ou mais. A equipe descobriu que mulheres com mais de 28 anos quando tiveram o primeiro filho tinham 43% de chance de dar à luz apenas bebês de um único sexo, em comparação com 34% de chance entre aquelas que tinham menos de 23 anos ao se tornarem mães.
Ainda não está claro por que a idade materna pode ter esse efeito. Uma das hipóteses é que ela esteja ligada a mudanças biológicas no corpo. Por exemplo: estudos anteriores sugerem que a primeira fase do ciclo menstrual se torna mais curta com a idade, o que pode favorecer o nascimento de meninos, enquanto a diminuição do pH vaginal com o tempo pode favorecer a sobrevivência de espermatozoides com cromossomo X, aumentando a chance de ter uma menina, diz Wang.
Mas os resultados também podem envolver fatores comportamentais, de acordo com Joshua Wilde, da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Mulheres mais velhas podem ter uma maior tendência a planejar o tamanho de sua prole. Assim, mesmo quando desejam ter filhos de sexos diferentes, elas optam por parar de gestar depois de ter dois meninos ou duas meninas. Já mulheres mais jovens tenderiam a tentar novamente para ter um filho do outro sexo.
Mais estudos são necessários para entender como fatores comportamentais, ambientais e biológicos influenciam o sexo dos bebês. (Com informações do jornal O Globo)
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