Segunda-feira, 22 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 21 de dezembro de 2025
Também conhecido popularmente como “derrame”, o AVC (acidente vascular cerebral) é atualmente uma das principais causas de incapacitação e morte no Brasil, conforme o Ministério da Saúde. Sintomas como tontura, fala arrastada ou fraqueza repentina podem ser um sinal: identificar o problema a tempo pode salvar evitar sequelas e salvar vidas.
“Quando não provoca a morte, deixa sequelas muitas vezes irreversíveis. Todos em casa, na escola ou no trabalho devem estar atentos aos primeiros sinais e acionar imediatamente o socorro pelo telefone 192, pois é uma doença com tempo sensível”, afirma o superintendente de Urgência e Emergência da SES-SC (Secretaria Estadual de Saúde de Santa Catarina), Marcos Fonseca.
Ele explica que o atendimento rápido é determinante. “Fique atento se o sorriso cair para um dos lados, se alguém não conseguir manter os dois braços levantados por pelo menos nove segundos ou se a fala ficar arrastada, confusa ou ausente. Esse paciente precisa de atendimento imediato, e é o Samu que garante o acesso no menor tempo possível, seja via terrestre ou aérea, conforme decisão do médico regulador”, destaca.
Como identificar
O AVC ocorre quando um vaso que leva sangue ao cérebro entope ou se rompe, interrompendo a circulação em parte do órgão. Isso pode causar paralisia, confusão mental, convulsões e perda de consciência.
“Os sinais mais comuns são dificuldade para falar, sorriso torto subitamente e perda de força em um lado do corpo. Algumas pessoas também podem apresentar perda de consciência, convulsões e confusão mental”, explica a médica Andréia Diane Freitas, que atua nas equipes de emergência do Samu.
Para facilitar o reconhecimento dos sintomas, ela ensina um método simples: usar a sigla “Samu”:
S – Sorria: observe se o rosto está torto;
A – Abrace: veja se a pessoa consegue manter os dois braços erguidos;
M – Música: peça para cantar ou repetir frases;
U – Urgência: diante da suspeita, ligue 192 imediatamente.
A médica reforça que, até a chegada da ambulância, é importante manter a calma. “Não ofereça alimentos e nem medicamentos. Em caso de convulsão, proteja a cabeça do paciente [com um casaco dobrado, por exemplo] e deixe-o deitado, de lado”, orienta.
Resposta rápida
O socorro do Samu começa já no telefonema. Enquanto o técnico coleta dados sobre o endereço e os sintomas, o médico regulador já orienta o solicitante e define o envio da ambulância mais próxima. “O tempo de início dos sintomas é decisivo, pois define o tipo de tratamento”, explica Andréia.
Na chegada da equipe, o paciente recebe suporte ainda na ambulância: controle da pressão arterial, glicemia, nível de consciência e, se necessário, ventilação mecânica.
“Existem medicamentos que dissolvem o coágulo causador do AVC, mas eles só podem ser aplicados até 4h30 após o início dos sintomas. Em alguns casos, é possível remover o trombo por procedimento endovascular, até 24 horas depois”, detalha.
Risco e prevenção
Entre os fatores de risco mais comuns estão hipertensão, diabetes, tabagismo, consumo de álcool, colesterol alto, obesidade, sedentarismo e histórico familiar.
“A prevenção passa por hábitos saudáveis: alimentação equilibrada, prática regular de atividade física e controle rigoroso das doenças crônicas”, destaca a médica.
Segundo o Ministério da Saúde, o diagnóstico rápido e o tratamento precoce aumentam significativamente as chances de recuperação completa. E o primeiro passo é sempre o mesmo: ligar para o 192 ao menor sinal de alerta. (com informações do portal G1)