Quarta-feira, 17 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 17 de setembro de 2025
O transplante capilar tem se consolidado como uma solução definitiva para homens e mulheres que enfrentam a calvície ou falhas em áreas específicas do corpo, como couro cabeludo, barba e sobrancelhas. A técnica, que utiliza fios do próprio paciente para repor regiões com baixa densidade, tornou-se o método mais seguro e eficaz para recuperar a aparência natural dos cabelos de forma permanente.
A procura pelo procedimento tem crescido nos últimos anos e já conquistou adeptos famosos. Recentemente, o ex-jogador e senador Romário exibiu o resultado do seu transplante em redes sociais, agradecendo aos profissionais que conduziram o tratamento.
De acordo com a dermatologista Isabela Dupin, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-RESP), a técnica se baseia na retirada de fios de áreas do corpo mais resistentes à queda, geralmente a parte de trás ou as laterais da cabeça. Esses fios, ao serem transplantados, mantêm as características da região de origem, continuando a crescer normalmente após o procedimento. “Esse mecanismo garante resultado duradouro e natural”, explica.
Embora os termos sejam usados de forma semelhante em alguns contextos, especialistas alertam que há diferenças. O implante pode se referir ao uso de fios artificiais, com maior risco de rejeição e infecção. Já o transplante utiliza fios do próprio paciente, o que reduz riscos e proporciona aparência mais natural.
Indicações
O transplante capilar é indicado principalmente para alopecia androgenética, condição responsável pela maioria dos casos de calvície masculina. Também pode ser aplicado em cicatrizes no couro cabeludo, falhas decorrentes de traumas ou queimaduras e, cada vez mais, em procedimentos estéticos para barba e sobrancelha. A condição essencial é que o paciente tenha uma área doadora saudável.
Tratamento
Segundo o dermatologista Daniel Cassiano, diretor da SBD-RESP, o transplante deve ser considerado para pacientes que já realizam tratamento clínico para rarefação capilar. “É fundamental que o paciente esteja em uso de medicamentos orais e tópicos indicados por especialistas”, destaca. Terapias complementares, como laser, intradermoterapia e técnicas regenerativas, podem ser associadas.
Cuidados essenciais
Os efeitos mais visíveis não aparecem imediatamente. Em geral, os resultados começam a ser notados entre seis e doze meses após o procedimento. O pós-operatório exige atenção: cuidados com a higiene do couro cabeludo, proteção contra o sol e repouso físico nos primeiros dias são fundamentais.
Apesar de os fios transplantados apresentarem crescimento permanente, a calvície continua sendo um processo progressivo que pode afetar os cabelos ao redor. “O transplante recupera áreas calvas, mas não impede que os fios vizinhos, sujeitos à rarefação, continuem a cair”, explica Isabela Dupin. Por isso, o acompanhamento médico e o tratamento clínico devem ser mantidos, com possíveis prescrições de medicamentos como finasterida ou minoxidil, além de suplementação quando necessária.
Cassiano reforça que, em pacientes com quantidade significativa de fios preservados, o afinamento progressivo desses cabelos pode comprometer o resultado estético a longo prazo. “Enquanto os fios transplantados permanecem, os outros podem cair, prejudicando a harmonia. É essencial compreender que a calvície é evolutiva e exige cuidados contínuos”, conclui.
O transplante capilar, portanto, representa uma alternativa segura, com resultados naturais e permanentes, mas que depende tanto da técnica cirúrgica quanto da manutenção clínica para preservar a estética capilar ao longo do tempo.
(Com O Globo)