Sábado, 10 de Maio de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 2 de setembro de 2023
O Tribunal Administrativo do Esporte (TAD) espanhol abriu um processo disciplinar por falta grave contra o presidente suspenso da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) pelo beijo forçado dado na jogadora Jenni Hermoso, disseram à AFP fontes próximas ao caso.
O fato de o processo ser aberto por faltas graves e não muito graves impedirá que o Conselho Superior do Desporto (CSD) possa incapacitar provisoriamente Rubiales na Espanha, que já foi suspenso pela Fifa.
O TAD estava deliberando desde segunda-feira, depois de o CSD ter apresentado a ele queixa por duas “infracções gravíssimas”, por um possível “abuso de autoridade” e “atos que violam a dignidade ou o decoro desportivo”, solicitando a suspensão cautelar do o agente federal.
“Continuamos pensando que esta denúncia tem todos os fundamentos legais para ser tratada como uma infracção gravíssima”, explicou o secretário de Estado para o Esporte e presidente do CSD, Víctor Francos.
A qualificação de “muito grave” dos fatos foi necessária para que o CSD pudesse suspender Rubiales, enquanto o TAD julga o mérito dos fatos e dá o veredito final.
Rubiales, que se recusou a renunciar após o beijo forçado em Jenni Hermoso na cerimônia de medalha da Copa do Mundo, está suspenso por noventa dias pela Fifa, que também abriu um processo disciplinar para ele na semana passada por este caso.
Juntamente com a justiça desportiva, no processo penal, a Procuradoria do Tribunal Nacional, a principal instância penal espanhola, decidiu abrir um processo por um “suposto crime de agressão sexual”, segundo um comunicado.
O Ministério Público afirma confiar nas “declarações públicas” da jogadora, mas entrará em contato com ela para lhe oferecer a possibilidade de apresentar queixa, passo fundamental para o avanço do processo penal.
Chefe do governo
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou, nesse sábado (2), que as jogadoras espanholas deram “uma lição ao mundo” com sua atitude após o beijo forçado e a recusa a renunciar do presidente da Federação Espanhola, Luis Rubiales, atualmente suspenso.
“Nossas jogadoras ganharam duas vezes: uma no campo e depois dando uma lição ao mundo de igualdade entre homens e mulheres”, afirmou o socialista Pedro Sánchez em um discurso em Málaga, elogiando a decisão das 23 campeãs do mundo de não voltar a vestir a camisa da seleção nacional se não houver mudanças na direção da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF).
“A Espanha é um país feminista”, explicou Pedro Sánchez. Ele citou “mulheres que decidiram não voltar a se submeter. Nunca mais. Acabou”, em alusão ao lema gritado nas manifestações de apoio a Jenni Hermoso.
Questionado se a postura de Rubiales “teria causado danos à imagem da Espanha no exterior”, o chefe de Governo respondeu “não”.
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