Sábado, 07 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 29 de dezembro de 2023
O controlador de acesso Alcyr dos Santos, de 55 anos, se espanta com a quantidade de estrangeiros que visitam o cemitério onde está o corpo de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. Dos 7 mil visitantes que foram ao local desde maio, quando o espaço foi aberto para o público, parte importante é de turistas que não são brasileiros. A morte do Rei do Futebol completou um ano nessa sexta-feira (29).
“Já veio gente de Egito, Ucrânia, Rússia”, conta Alcyr, um dos responsáveis por controlar diariamente o acesso dos visitantes ao mausoléu onde está um dos jazigos mais famosos do planeta. “Quem mais vem aqui são alemães. Atualmente, a mulher de um belga comentou que os alemães são fanáticos pelo futebol brasileiro”, diz ele.
Há sete meses, alemães, brasileiros e gente de várias nacionalidades visitam o Memorial Necrópole Ecumênica, cemitério situado a 900 metros da Vila Belmiro, em Santos. Todos querem ver o jazigo dourado no qual foi sepultado o maior atleta de todos os tempos. Virou um local no roteiro de quem passa por Santos, mais até do que a Vila Belmiro, onde Pelé jogou a maior parte de sua vida.
Construído há cinco anos, o túmulo é personalizado, com uma foto de Pelé em alto-relevo, e permanece em uma sala de 200 metros quadrados no primeiro andar do edifício, homologado pelo Guinness Book, o livro dos recordes, como o cemitério mais alto do planeta.
O local está aberto diariamente, das 9h às 12h e das 14h às 18h, sem tempo de permanência estipulado. Nos últimos meses, não era necessário realizar um cadastro prévio no site do Memorial para a visita. No entanto, em dezembro, com o aumento do número de visitantes em razão das férias e do aniversário de um ano da morte do Rei, essa exigência passou a valer.
“Nunca vai haver alguém como Pelé”, acredita o vigilante. Ele não se importa muito mais com futebol – gosta mesmo é de acompanhar o vôlei -, mas se orgulha de torcer para o Santos, o time do Rei, rebaixado pela primeira vez em sua história um ano depois da morte do maior ídolo do clube. “Brinco com meu pai que se, pelo menos metade do time do Santos tivesse alguma característica do Pelé, não teria caído para a Série B”.
Na entrada da sala, existem duas estátuas douradas em tamanho real de Pelé feitas de latão. O teto do local onde ele descansa exibe uma reprodução de pintura de céu. As paredes são decoradas com imagens históricas do atleta e o piso, revestido de grama sintética. O túmulo é revestido também por placas de alumínio dourado e possui quatro painéis: dois retratam os gols de Pelé e os outros dois, a comemoração com o tradicional soco no ar. Nos quatro cantos do túmulo, há cantoneiras em formatos da Taça Jules Rimet, uma camisa da seleção brasileira e outra do Santos, ambas usadas pelo jogador.
Na área externa do cemitério está exposta a Mercedes Benz S-280 que Pelé ganhou da montadora em 1974 por ocasião do milésimo gol, marcado em 1969 contra o Vasco, no Maracanã. A manutenção do carro, o único a não sair um dia sequer do cemitério, gira em torno de R$ 5 mil por mês.
Pelé escolheu ser sepultado no Memorial porque era amigo do dono do espaço, o empresário argentino Pepe Altstut, que morreu em 2021. E também porque entendia que o local não se parecia com um cemitério, já que transmitia “paz espiritual e tranquilidade”. Pelé nunca gostou de velórios e enterros.
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