Sexta-feira, 11 de Julho de 2025

Home em foco Um silêncio que disse muito

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Um silêncio que disse muito. É assim que integrantes das Forças Armadas avaliaram a estratégia do tenente-coronel Mauro Cid de não falar durante seu depoimento à Polícia Federal nesta semana. O entendimento que prevalece é o de que a postura reforça seu isolamento no ambiente militar e o abandono no meio político.

Cid não vê nenhuma corrente de defesa pública de seu nome nos dois ambientes em que transitava com poder durante a gestão Bolsonaro e se agarra à orientação dos advogados. Segundo a investigação, Cid é suspeito de cometer os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação, peculato eletrônico e corrupção de menores.

Apesar do descaso que enfrenta dos antigos pares, há expectativa entre alguns militares e políticos para que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro seja solto. “É preciso acabar com o uso da prisão preventiva como forma de pressionar pelo medo, como ocorreu na Lava Jato”, reclamou antigo aliado de Cid que prefere não se expor.

A defesa do tenente-coronel Mauro Cid pediu a revogação de prisão do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que ele pode cumprir outros tipos de medidas cautelares, como prisão domiciliar.

Cid está preso desde 3 de maio, quando foi alvo da operação Venire, que investiga suposta fraude em dados de vacinação contra a covid do ex-presidente, da filha dele e de outras pessoas de seu entorno.

Na quinta-feira (18), Cid foi chamado pela Polícia Federal (PF) para dar explicações no caso que investiga a fraude, mas optou por ficar em silêncio.

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro esperavam que Cid negasse o esquema de fraude em carteiras de vacinação. Após o encontro do ex-ajudante com a PF, Bolsonaro disse: “Eu vi agora no rodapé de uma TV que ele ficou em silêncio. Isso é ele com o advogado dele. (…) Peço a Deus que não tenha errado e… Cada um siga sua vida. Nós não fizemos… Nós procuramos fazer tudo certo”.

Delação premiada

O entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está preocupada com a hipótese de o silêncio de Mauro Cid significar que ele pode estar cogitando fazer uma delação premiada. O temor é alimentado pela escolha de advogado defesa, Bernardo Fenelon, especialistas em crimes do colarinho branco e delação premiada.

Fenelon rompeu contato com a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem foi ajudante de ordens. “Ele não conversa, não tem estrutura para segurar um caso desse porte”, chegou a afirma um bolsonarista.

O primeiro advogado do militar foi Rodrigo Roca, que abandonou a defesa alegando “razões de foro profissional” e “impedimentos familiares”. Muito próximo da família Bolsonaro, ele foi advogado do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das “rachadinhas” e, em 2022, foi indicado pelo ex-presidente como Secretário Nacional do Consumidor (Senacon).

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