Sábado, 27 de Abril de 2024

Home em foco Vereador que homenageou Michelle Bolsonaro compartilha post que chama deputada por nome de homem

Compartilhe esta notícia:

O vereador de São Paulo Rinaldi Digilio (União Brasil) compartilhou um post nas redes sociais que troca o nome da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) por outro, de homem. A publicação ocorreu após a parlamentar tentar barrar homenagem à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Teatro Municipal na última segunda-feira (25).

A parlamentar foi responsável por apresentar a ação no Tribunal de Justiça (TJ-SP), que levou ao veto do uso do espaço para o evento, e por solicitar a prisão em flagrante do prefeito Ricardo Nunes (MDB) em caso de descumprimento da liminar. A cerimônia, no entanto, foi mantida no teatro depois que o vereador prometeu pagar R$ 100 mil pelo aluguel por meio de um empréstimo.

Nessa terça-feira (26), Digilio republicou vídeo de uma conta anônima que chamava a deputada, que é uma mulher trans, de “Érico Ilton”, com dois emojis de risada. O material debochava do pedido de prisão, alegando que a Polícia Militar estava presente com a sua banda no evento. O vereador apagou o post e disse que “não reparou o nome escrito errado”.

Os vereadores paulistanos aprovaram a entrega do título de cidadã paulistana para a ex-primeira-dama em novembro do ano passado. A justificativa para a concessão da honraria é de que Michelle “é engajada em políticas sociais, com atenção especial para as doenças raras”. O Teatro Municipal foi reservado pela Câmara para a realização da sessão solene, o que motivou o questionamento no TJ-SP.

Na última sexta-feira (22), o juiz Marco Antônio Martin Vargas suspendeu a autorização para a realização do evento no local, argumentando que a prefeitura não apresentou justificativas razoáveis para não sediá-lo no plenário da Câmara e que ele poderia representar “grave desvio de finalidade do bem público, do dever de impessoalidade e da promoção pessoal de autoridade”. O TJ-SP estipulou multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento da decisão.

“Vaquinha”

A Câmara Municipal recorreu alegando que foram realizados mais de 40 eventos do tipo em endereços externos desde 2021, mas o pedido foi rejeitado pelo presidente do TJ-SP, Fernando Garcia, que disse não ter competência para suspender a medida. O evento acabou sendo realizado de qualquer maneira com o vereador se oferecendo para pagar o aluguel e uma eventual multa do próprio bolso.

Ele, no entanto, tenta reverter o prejuízo divulgando uma “vaquinha” via Pix criada pelo seu próprio assessor de comunicação na plataforma X (antigo Twitter). A estratégia se assemelha a uma vaquinha recebida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para arcar com multas por descumprimento de medidas sanitárias durante a pandemia de covid-19. O político recebeu R$ 17,1 milhões de apoiadores e ainda teve as penalidades anistiadas em São Paulo.

Em 2020, Digilio declarou patrimônio de R$ 2,4 milhões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O vereador é pastor da Igreja do Evangelho Quadranagular e diz lutar contra “proposituras que visam destruir os valores cristãos e da família tradicional” em sua biografia divulgada no site da Câmara de São Paulo.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Infiltrado no PSOL pode ter inventado informações sobre Marielle, diz Polícia Federal
Alexandre nega pedido de Bolsonaro para encerrar inquérito sobre dados da vacina
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Pampa Na Tarde