Sexta-feira, 04 de Outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 1 de maio de 2024
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, dirigiu-se à Flórida para denunciar a proibição estadual ao aborto após seis semanas de gravidez, medida que entrou em vigor nessa quarta-feira (1º), e para culpar o adversário republicano Donald Trump, que prometeu deixar o assunto a critério dos estados.
A “Heartbeat Protection Act” (Lei de Proteção dos Batimentos Cardíacos, em tradução livre) — assim chamada porque estabelece o prazo para o procedimento a partir do momento em que os sinais vitais do feto são detectados — passou a valer após uma decisão do Supremo Tribunal do estado e anula a regra anterior, que permitia a realização do procedimento até as primeiras 15 semanas de gestação, e é uma das mais restritivas dos EUA.
Uma medida legalizando o aborto até a viabilidade do feto pode ser colocada em votação no pleito de novembro, o que pode beneficiar os democratas em uma eleição na qual o aborto é uma das principais questões nacionais.
Kamala visitará Jacksonville, um posto avançado dos democratas, para denunciar o ex-presidente Trump por ter eliminado direitos relacionados ao aborto no estado e destacar os danos das proibições estaduais — em contraste com a promessa do presidente Joe Biden de proteger o acesso ao procedimento, segundo uma autoridade da campanha.
“À meia-noite, outra proibição de Trump ao aborto entrará em vigor aqui na Flórida”, dirá Kamala, segundo trechos divulgados pela campanha de reeleição Biden-Harris. “Essa proibição se aplica a muitas mulheres antes mesmo delas saberem que estão grávidas — o que nos diz que os extremistas que escreveram essa proibição nem sabem como funciona o corpo da mulher. Ou simplesmente não se importam”.
Kamala defendeu liberdades reprodutivas em mais de 20 estados e fez uma visita histórica a uma clínica de aborto em março.
Críticas a Trump
Biden declarou durante visita que a “Flórida está em jogo nacionalmente”, indicando que os democratas podem tentar virar a disputa no estado, que votou a favor dos republicanos nas mais recentes eleições presidenciais.
“Trump arrancou os direitos e a liberdade das mulheres nos EUA. Em novembro, os eleitores vão ensiná-lo uma lição valiosa: não mexa com as mulheres dos EUA”, disse Biden, em comunicado de campanha nesta quarta-feira.
Suprema Corte
A decisão da Suprema Corte conservadora de reverter Roe v. Wade em 2022 abriu a porta para a Flórida e outros estados estabelecerem suas próprias leis de aborto.
A Flórida há muito desempenha um papel significativo no cenário americano do aborto, com dezenas de clínicas que oferecem o procedimento a dezenas de milhares de residentes por ano, ao mesmo tempo que acolhia pacientes de outras regiões do sul. Terceiro estado mais populoso do país, tem cerca de de 50 clínicas e no ano passado realizou cerca de 84 mil abortos — quase 8 mil deles eram para mulheres de fora do estado.
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