Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Home Você viu? Advogada que processa príncipe Andrew por agressão sexual fez acordo, em 2009, protegendo “réus em potencial”

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A advogada americana Virginia Giuffre, que processa por agressão sexual o príncipe Andrew, do Reino Unido, havia concordado em “não processar outros potenciais réus”, segundo um acordo assinado em 2009 com o financista Jeffrey Epstein, acusado de exploração sexual de menores. Um parágrafo do documento — até agora confidencial e que não menciona diretamente o príncipe – prevê a proteção de outros acusados em potencial contra processos judiciais envolvendo os supostos crimes sexuais de Epstein.

Revelado nesta segunda-feira por um tribunal de Nova York, o documento de 12 páginas, firmado na Flórida, também mostra que Virginia Giuffre receberia US$ 500 mil pelo acordo. Um parágrafo estabelece que Giuffre “libera, absolve e exonera em definitivo as referidas partes e qualquer outra pessoa ou entidade que possa ser incluída como potencial acusado (outros possíveis réus) de todos e cada um dos atos e atuações”.

O advogado de Giuffre, David Boies, assinalou em uma declaração que Andrew não poderia ser protegido pelo acordo, pois ele “sequer sabia que o mesmo existia” na época dos fatos.

“O acordo é irrelevante em relação à demanda da senhora Giuffre contra o príncipe Andrew”, afirmou Boies. “Ele [Andrew] não pode ser um “réu potencial” no caso estabelecido contra Jeffrey Epstein porque ele não estava sujeito à jurisdição da Flórida e porque o caso da Flórida compreende reclamações federais das quais ele não era parte.”

Giuffre abriu um processo contra Andrew, de 61 anos, em agosto de 2021. Ela o acusa de forçá-la a fazer sexo com ele em 2001, quando era menor de 18 anos. Os encontros entre os dois teriam sido intermediados por Epstein e por sua ex-companheira e sócia, a socialite britânica Ghislaine Maxwell.

Os advogados de Andrew citaram o acordo entre Giuffre e Epstein entre seus argumentos para que a ação judicial contra o segundo filho da rainha Elizabeth II seja arquivada. A defesa do príncipe espera que isso seja suficiente perante o juiz para descartar a acusação na fase de defesa oral do caso, que será realizada nesta terça-feira.

Inocência

O príncipe sempre negou as afirmações de Giuffre e disse que o documento o protege de qualquer responsabilidade. A demandante acionou o membro da realeza britânica por danos não especificados, alegando que o príncipe a teria agredido sexualmente em 2001, quando tinha 17 anos. Giuffre alega que Epstein a “emprestava” para ter relações sexuais com seus amigos ricos e poderosos, incluindo Andrew.

O renomado investidor era um gestor de fundos bilionários, amigo de incontáveis celebridades, incluindo Donald Trump e Bill Clinton. Epstein foi condenado em 2008 por pagar a mulheres jovens para que lhe fizessem massagens sexuais em sua mansão na Flórida, mas permaneceu apenas 13 meses na prisão após fechar um acordo com o então procurador do estado. Ele se matou em uma cela de prisão em Manhattan em 2019, aos 66 anos, enquanto aguardava julgamento por novas acusações de abuso sexual.

Andrew, por sua vez, apareceu poucas vezes em público desde que se viu obrigado a deixar a primeira linha da realeza britânica ao não conseguir se desvincular do caso Epstein.

O processo de Giuffre contra Andrew é separado da ação criminal contra Ghislaine Maxwell, concluída na semana passada. Maxwell, de 60 anos, foi condenada por recrutar e preparar jovens e menores de idade para Epstein entre 1994 e 2004. Sua sentença ainda não foi divulgada.

Agora caberá ao juiz distrital dos EUA Lewis Kaplan determinar se o acordo de 2009 impede que Giuffre continue processando Andrew.

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