Quinta-feira, 07 de Novembro de 2024

Home em foco Advogados de Bolsonaro brigam entre si

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Uma mensagem encontrada no telefone celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), mostra um assessor e advogado ofendendo outro advogado do ex-presidente. No texto, Fabio Wajngarten diz que Frederick Wassef é “burro demais, contaminado” durante uma conversa sobre a tentativa de reaver joias dadas ao mandatário em viagens oficias e revendidas a uma loja no exterior.

De acordo com as investigações da PF, em 15 de março de 2023, Cid e Wajngarten falavam sobre a possibilidade de cassação da decisão do ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), que determinava a devolução das joias ao Estado brasileiro.

No despacho do TCU, Bolsonaro era colocado como fiel depositário dos presentes dados pelo governo árabe e entregue ao então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, se abstendo de usar, dispor ou alienar qualquer peça oriunda do acervo objeto do processo.

Na conversa, Mauro Cid diz: “Parece que vão cassar a decisão do Augusto Nardi” e Fabio Wajngarten responde: “Vão mesmo. Por isso era muito melhor agente se antecipar”. Em seguida, demonstrando contrariedade, diz: “Mas o gênio do câmara + fred contaminam tudo”, se referindo, possivelmente, ao assessores Marcelo Câmara e o advogado Frederick Wassef.

Cid então diz: “tb acho… me disseram que vc iria…”. Já Wajngarten responde: “Era de longe o mais acertado”. O ex-ajudante de ordens então, apesar de saber que Wassef já estava nos Estados Unidos para trazer as joias, disse: “mas Crivelatti falou que vc iria. Liga para o Pr”, se referindo a Bolsonaro.

Wajngarten escreve: “Burro demais. Contaminado” e Cid insiste: Fala direto com o Pr”.

Operação Lucas

Na manhã da última sexta-feira (11), foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão – dois em Brasília, um em São Paulo e um em Niterói, deferidos pelo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em decorrência desse inquérito.

Segundo a PF, além de Wassef, foram alvos das medidas o pai de Cid, o general do Exército Mauro César Lourena Cid, e o assessor de Bolsonaro e tenente do Exército Osmar Crivelatti. Todos são suspeitos dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

“Os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior”, informou a corporação.

O inquérito apontou que os valores obtidos das vendas desses objetos teriam sido convertidos em dinheiro vivo e “ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”.

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