Sexta-feira, 29 de Março de 2024

Home em foco Antígeno ou PCR? Saiba qual teste fazer em caso de suspeita de covid

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O avanço da variante ômicron é um dos principais fatores por trás do aumento impressionante no número de novos casos de covid-19 registrados em várias partes do mundo.

No Brasil, o apagão de dados do Ministério da Saúde após um ataque hacker no início de dezembro dificulta a notificação dos casos e impede análises mais aprofundadas sobre o atual cenário da crise sanitária por aqui.

Por enquanto, os relatos mais confiáveis vêm da linha de frente, onde os profissionais de saúde já lidam com o aumento na chegada de pacientes com sintomas de infecção respiratória em hospitais, pronto-socorros e laboratórios de diagnóstico nos últimos dias.

Mas o que uma pessoa que está com sintomas de covid, como febre, tosse, cansaço, perda de paladar ou olfato, dores e diarreia, pode fazer para saber se está (ou não) com a doença? Quais exames são indicados?

Confira a seguir os testes mais comuns e quais são as vantagens e desvantagens de cada um deles.

RT-PCR

Esse teste é considerado “padrão ouro” pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na prática, isso significa que ele traz os resultados mais confiáveis e define se um indivíduo está com covid-19 ou não.

Feito a partir do swab nasal e oral — em que uma haste flexível com algodão na ponta é esfregada no fundo do nariz e da boca para coletar uma amostra do paciente — esse exame consegue detectar a presença do material genético do coronavírus.

Os laboratórios costumam orientar que a coleta aconteça entre o terceiro e o sétimo dia após o início dos sintomas.

Isso porque o RT-PCR detecta o RNA (material genético do vírus), e essa janela de tempo é o período da infecção em que há mais atividade viral e é mais provável encontrar o causador da covid-19 lá no fundo da garganta.

Porém, em alguns casos, o médico pode indicar a realização desse exame já no primeiro ou até o décimo dia de sintomas.

Apesar do alto grau de confiabilidade, essa opção também traz algumas desvantagens: ela é mais cara (chega a custar entre 200 e 400 reais na rede privada) e o laudo com o resultado pode demorar mais de um dia para ficar pronto.

“Além disso, o RT-PCR é um método que exige profissionais muito capacitados e equipamentos de alta complexidade, que não estão facilmente disponíveis em todos os laboratórios”, acrescenta o médico patologista Wilson Shcolnik, presidente do conselho de administração da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).

Ainda na seara dos testes moleculares, alguns laboratórios e farmácias também oferecem o PCR-Lamp. Ele também investiga a presença de RNA viral na saliva, mas seu resultado não é considerado tão preciso quanto o obtido no RT-PCR.

“O Lamp pode ser uma boa alternativa quando o RT-PCR não estiver disponível”, sugere Shcolnik.

Outra opção, que se tornou mais popular recentemente com a epidemia de gripe H3N2 que atinge várias cidades brasileiras, são os chamados painéis virais.

Esses exames são capazes de analisar e diferenciar se a pessoa está infectada com o coronavírus, o influenza (causador da gripe) e o vírus sincicial respiratório (um dos causadores do resfriado), entre outros patógenos.

Antígeno

Também conhecido como teste rápido, esse método é considerado “menos sensível” pelas agências de saúde e pelos especialistas.

Em outras palavras, isso significa que os resultados dele são um pouco menos confiáveis quando comparados ao RT-PCR.

A taxa de falsos negativos — quando o exame diz que a pessoa não está com covid, mas, na verdade, ela tem a doença — é um pouco mais alta nos testes de antígeno.

Para diminuir esse grau de incerteza, muitos locais e instituições recomendam repetir o teste de antígeno por vários dias consecutivos (às vezes, durante uma semana inteira). Assim, é possível garantir a detecção do coronavírus em algum estágio do processo infeccioso, caso ele realmente esteja no organismo daquele indivíduo.

Entre as suas vantagens, é possível destacar o preço mais baixo (varia entre 100 e 200 reais em laboratórios privados), e a rapidez no resultado — como o próprio nome popular desse método já adianta, é possível saber se o teste é positivo ou negativo em 15 a 30 minutos.

“Os testes de antígeno conseguem entregar o resultado num prazo mais curto, sem a necessidade de centralização das amostras e dos laudos. Eles podem ser bastante úteis numa situação de alta demanda”, analisa a infectologista Carolina Santos Lázari, do Grupo Fleury.

“Esses exames dão um suporte importante para o diagnóstico precoce e rápido, capaz de interromper as cadeias de transmissão do vírus na comunidade”, complementa a médica.

Esse exame também é feito a partir do swab nasal e oral, que coleta o material no fundo da boca e do nariz.

Diferentemente do RT-PCR, que avalia a presença do material genético, o antígeno busca a proteína N na amostra.

Lázari explica que esse “N” vem de nucleocapsídeo, uma das estruturas que compõem o coronavírus.

Aqui, mais uma vez, há uma janela ideal para fazer o teste: para uma acurácia maior no resultado, ele precisa ser realizado após três dias do início dos sintomas.

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