Quarta-feira, 24 de Abril de 2024

Home em foco Corrida por testes de covid esbarra em falta de estoque em farmácias e filas de espera

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A explosão de casos de covid-19 e de pacientes com sintomas gripais tem levado a uma corrida por testes para detectar o coronavírus. Para quem procura os exames nas farmácias, as dificuldades de agendamento e a falta de estoque são os principais gargalos. Na rede pública, prefeitos já cobram o governo federal o envio de mais kits com receio de desabastecimento.

Dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) apontam que 283,8 mil testagens foram feitas entre 27 de dezembro e 2 de janeiro: 50% superior ao de 20 a 26 de dezembro. Já o volume de resultados positivos para covid pulou de 22,3 mil (11,8% do total) para 94,5 mil (33,3%).

​A dificuldade de atendimento no SUS, segundo representantes do setor, também pressiona ainda mais a rede privada. A epidemia de influenza (gripe) em vários Estados e o espalhamento da variante ômicron do coronavírus, mais contagiosa, são os principais motivos para a aceleração da procura.

“O problema principal hoje é o estoque”, diz o CEO da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto. Isso porque, explica, os testes rápidos atingiram o pico por volta de maio do ano passado, quando 380 mil eram comercializados em um período de uma semana. Depois, contudo, a média foi caindo significativamente.

“À medida que as pessoas foram se vacinando, a demanda foi baixando. A gente chegou a 90 mil, 100 mil testes por semana por volta de novembro. É óbvio que os sistemas das empresas vão se adaptando”, conta Barreto.

“Só que a partir da segunda semana de dezembro isso começou a acelerar de uma hora para outra. Na última semana de dezembro, subiu para 280 mil testes”, acrescenta ele.

Além da demanda, o recesso de empresas de fornecedoras nesta época do ano e o baixo estoque nas farmácias complicam ainda mais o cenário. Agora, diz Barreto, não dá para prever o que acontecerá nas próximas semanas, até por não se saber qual será o comportamento da curva de contaminação. Mas a expectativa é que os pedidos de insumos que começaram a ser feitos com o aumento repentino da demanda comecem a chegar às farmácias e ajudem a normalizar a situação.

Diante do fato de os testes de influenza serem mais caros, representantes de laboratórios apontaram que, por mais que isso não seja o recomendado, pacientes com sintomas gripais têm preferido realizar só os exames de covid. Quando o resultado dá negativo, explicam, eles presumem que é gripe.

Fornecedora de insumos para diagnósticos in vitro, a Vyttra Diagnósticos informou que a busca pelo combo que testa para covid e influenza de uma só vez saltou 14.864% de novembro para dezembro. Segundo a empresa, ainda não há falta de produtos em estoque, mas há um pico na demanda desde dezembro que, estima, irá continuar enquanto o Brasil estiver “sob a onda da variante ômicron”.

“Verificamos que a ômicron se tornou a variante predominante em nossas amostras, sendo responsável por mais de 94% dos casos de covid nos nossos testes, sendo que nos últimos sequenciamentos que fizemos, tivemos 100% de ômicron”, aponta David Schlesinger, CEO da Mendelics, empresa que produz testes e diz não necessitar de importações para seus produtos. Na 1ª semana de dezembro, a taxa de casos de positivos na Mendelics estava perto de 3%. Agora, está em torno de 23%.

O avanço da ômicron no País também tem sobrecarregado os prontos-socorros, o que acaba aumentando a demanda por testagem em outros locais.

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