Sábado, 20 de Abril de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 7 de janeiro de 2022
A explosão de casos de síndrome gripal após as festas de fim de ano levou a uma verdadeira corrida por atendimento médico, em especial em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e pronto-atendimento de hospitais. Na capital paulista, na primeira segunda-feira do ano, Unidades Básicas de Saúde tinham cerca de três horas de espera para quem buscava fazer o teste e receber algum tipo de tratamento.
No Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, o número de atendimentos de pessoas com sintomas respiratórios nas unidades de pronto-atendimento aumentou 107% entre a última semana de novembro e a última de dezembro.
No Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS), os atendimentos por síndrome gripal aumentaram de 35% dos atendimentos em 25 de dezembro para 50% o dia 2 de janeiro. O cenário se repete nos serviços de saúde de outros estados, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Ceará, Distrito Federal, entre outros.
Médicos não recomendam a procura por hospitais diante de quadros leves, a menos que seja um paciente do grupo de risco.
“A orientação é: quem não tem fator de risco e apresenta estado gripal inicial, deve priorizar buscar atendimento em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e na telemedicina”, diz a cardiologista Ludhmila Hajjar, professora de Cardiologia da Faculdade de Medicina da USP e intensivista Rede D’Or.
Por outro lado, se houver piora nos sintomas, febre persistente, falta de ar ou baixa saturação — baixa oxigenação do sangue medida pelo oxímetro — é necessário procurar atendimento imediato, alerta o infectologista Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Fazem parte do grupo de risco — mesmo vacinados — idosos, pessoas com imunossupressão, pessoas com doenças pré-existentes e crianças com menos de 5 anos. Nesse caso, a preocupação é pelo influenza, que também se espalha em diversas cidades.
Testes são importantes
Atualmente, diversas cidades convivem com a disseminação de dois vírus: o influenza e o Sars-CoV-2. Além disso, a maior circulação de pessoas levou à transmissão de outros vírus respiratórios, como o sincicial respiratório e outros que causam apenas resfriados, mas que contribuem para o cenário observado acima.
“Os sintomas causados por esses vírus, em especial covid e influenza, são muito parecidos. A única forma de diferenciar é por meio de exames”, diz a infectologista Vanessa Infante, do Hospital Santa Catarina, em São Paulo.
De acordo com a médica, a testagem é importante tanto para definir o período de isolamento, que varia de acordo com a doença, quanto para fins epidemiológicos. No caso da influenza, ela ganha uma importância a mais: existe um tratamento precoce, o oseltamivir, que é indicado para pessoas de risco, em até 48 horas após o início dos sintomas.
Mas nada de ir correndo para o pronto-socorro por isso. O lugar correto de fazer o teste na rede pública é em UBSs ou unidades de testagem, se houver. Já na rede privada, é possível recorrer às farmácias — em algumas, inclusive, existem testes que analisam simultaneamente influenza e covid — ou aos laboratórios.
Pessoas que tiveram contato com casos confirmados de covid-19 mesmo que estejam assintomáticas, também devem fazer o teste. Neste caso, a recomendação é realiza-lo cinco dias após o contato. Até lá, o ideal é ficar isolado e intensificar cuidados como uso de máscara e higienização das mãos.
Isolamento e hidratação
Os médicos são unânimes em dizer que, no cenário atual, ao menor sintoma respiratório, a recomendação é o auto-isolamento. Para casos confirmados de covid-19, o isolamento deve se estender por dez dias após o início dos sintomas. Se for influenza, 24 horas após o desaparecimento dos sintomas já é possível retomar as atividades. Em geral, isso demora de cinco a sete dias para acontecer.
Dentro de casa, alguns cuidados devem ser tomados para reduzir o risco de transmissão para os outros habitantes.
“Quem está com infecção respiratória deve ficar o mais isolado possível em casa. Se tiver contato com pessoas no ambiente familiar, deve usar máscara, caprichar na higiene das mãos e manter o ambiente o mais ventilado possível”, orienta o infectologista Gerson Salvador, do Hospital Universitário da USP.
O tratamento consiste em controlar os sintomas. Se houver dor, pode-se recorrer a analgésicos; antitérmicos para febre; descongestionantes e lavagem com soro para desobstrução nasal e hidratação.
“Ambas as doenças (gripe e covid) precisam de muita hidratação. Embora ingerir alimentos calóricos e nutritivos seja importante, às vezes a pessoa não está com muita fome. Mas beber bastante líquido é fundamental”, diz Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.
No Ar: Pampa Na Madrugada