Sábado, 20 de Abril de 2024

Home em foco Médicos recomendam que doentes com sintomas gripais leves não procurem hospitais; saiba como se cuidar

Compartilhe esta notícia:

A explosão de casos de síndrome gripal após as festas de fim de ano levou a uma verdadeira corrida por atendimento médico, em especial em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e pronto-atendimento de hospitais. Na capital paulista, na primeira segunda-feira do ano, Unidades Básicas de Saúde tinham cerca de três horas de espera para quem buscava fazer o teste e receber algum tipo de tratamento.

No Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, o número de atendimentos de pessoas com sintomas respiratórios nas unidades de pronto-atendimento aumentou 107% entre a última semana de novembro e a última de dezembro.

No Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS), os atendimentos por síndrome gripal aumentaram de 35% dos atendimentos em 25 de dezembro para 50% o dia 2 de janeiro. O cenário se repete nos serviços de saúde de outros estados, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Ceará, Distrito Federal, entre outros.

Médicos não recomendam a procura por hospitais diante de quadros leves, a menos que seja um paciente do grupo de risco.

“A orientação é: quem não tem fator de risco e apresenta estado gripal inicial, deve priorizar buscar atendimento em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e na telemedicina”, diz a cardiologista Ludhmila Hajjar, professora de Cardiologia da Faculdade de Medicina da USP e intensivista Rede D’Or.

Por outro lado, se houver piora nos sintomas, febre persistente, falta de ar ou baixa saturação — baixa oxigenação do sangue medida pelo oxímetro — é necessário procurar atendimento imediato, alerta o infectologista Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Fazem parte do grupo de risco — mesmo vacinados — idosos, pessoas com imunossupressão, pessoas com doenças pré-existentes e crianças com menos de 5 anos. Nesse caso, a preocupação é pelo influenza, que também se espalha em diversas cidades.

Testes são importantes

Atualmente, diversas cidades convivem com a disseminação de dois vírus: o influenza e o Sars-CoV-2. Além disso, a maior circulação de pessoas levou à transmissão de outros vírus respiratórios, como o sincicial respiratório e outros que causam apenas resfriados, mas que contribuem para o cenário observado acima.

“Os sintomas causados por esses vírus, em especial covid e influenza, são muito parecidos. A única forma de diferenciar é por meio de exames”, diz a infectologista Vanessa Infante, do Hospital Santa Catarina, em São Paulo.

De acordo com a médica, a testagem é importante tanto para definir o período de isolamento, que varia de acordo com a doença, quanto para fins epidemiológicos. No caso da influenza, ela ganha uma importância a mais: existe um tratamento precoce, o oseltamivir, que é indicado para pessoas de risco, em até 48 horas após o início dos sintomas.

Mas nada de ir correndo para o pronto-socorro por isso. O lugar correto de fazer o teste na rede pública é em UBSs ou unidades de testagem, se houver. Já na rede privada, é possível recorrer às farmácias — em algumas, inclusive, existem testes que analisam simultaneamente influenza e covid — ou aos laboratórios.

Pessoas que tiveram contato com casos confirmados de covid-19 mesmo que estejam assintomáticas, também devem fazer o teste. Neste caso, a recomendação é realiza-lo cinco dias após o contato. Até lá, o ideal é ficar isolado e intensificar cuidados como uso de máscara e higienização das mãos.

Isolamento e hidratação

Os médicos são unânimes em dizer que, no cenário atual, ao menor sintoma respiratório, a recomendação é o auto-isolamento. Para casos confirmados de covid-19, o isolamento deve se estender por dez dias após o início dos sintomas. Se for influenza, 24 horas após o desaparecimento dos sintomas já é possível retomar as atividades. Em geral, isso demora de cinco a sete dias para acontecer.

Dentro de casa, alguns cuidados devem ser tomados para reduzir o risco de transmissão para os outros habitantes.

“Quem está com infecção respiratória deve ficar o mais isolado possível em casa. Se tiver contato com pessoas no ambiente familiar, deve usar máscara, caprichar na higiene das mãos e manter o ambiente o mais ventilado possível”, orienta o infectologista Gerson Salvador, do Hospital Universitário da USP.

O tratamento consiste em controlar os sintomas. Se houver dor, pode-se recorrer a analgésicos; antitérmicos para febre; descongestionantes e lavagem com soro para desobstrução nasal e hidratação.

“Ambas as doenças (gripe e covid) precisam de muita hidratação. Embora ingerir alimentos calóricos e nutritivos seja importante, às vezes a pessoa não está com muita fome. Mas beber bastante líquido é fundamental”, diz Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Deputado do PT pede investigação de Bia Kicis por vazamento de dados pessoais de médicos
Corrida por testes de covid esbarra em falta de estoque em farmácias e filas de espera
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Pampa Na Madrugada