Sexta-feira, 19 de Abril de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 20 de janeiro de 2022
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nessa quinta-feira (20) autorizar a aplicação da vacina Coronavac em crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos, incluindo um veto ao uso em pessoas com baixa imunidade (entenda abaixo quem são os imunossuprimidos).
A decisão unânime (todos os cinco diretores foram favoráveis) foi tomada na análise do segundo pedido apresentado pelo Instituto Butantan para liberação do imunizante contra a covid-19 para crianças.
O Butantan buscava licença para imunizar a faixa a partir de 3 anos, mas a agência optou por aguardar até que mais estudos sejam apresentados sobre crianças abaixo dos 6.
O primeiro pedido do Butantan foi enviado em julho de 2021 e foi negado porque os dados dos estudos apresentados naquele momento foram considerados insuficientes. A segunda solicitação foi protocolada em dezembro e, desde então, Anvisa e Butantan realizaram uma sequência de reuniões e mais de 10 estudos sobre o imunizante foram entregues para a agência.
A Coronavac já é usada ou foi autorizada em crianças de diferentes faixas etárias em pelo menos seis países e em Hong Kong:
— Camboja: começou a vacinar crianças a partir dos 5 anos em novembro.
— Chile: aprovada para crianças a partir dos 3 anos em setembro.
— China: já começou a aplicar a vacina em crianças a partir dos 3 anos.
— Colômbia: começou a aplicar a vacina em crianças de 3 a 11 anos em 31 de outubro.
— Equador: aprovada para crianças de 5 a 11 anos em outubro.
— Hong Kong: aprovada para crianças a partir dos 3 anos em novembro. A previsão era de que crianças a partir de 5 anos começassem a ser vacinadas nesta semana.
— Indonésia: começou a aplicar a vacina em crianças de 6 a 11 anos em dezembro; já vacinava adolescentes de 12 a 17 anos.
Esquema vacinal e composição
O esquema vacinal para crianças é o mesmo recomendado para os adultos: duas doses aplicadas em um intervalo de 28 dias. A vacina será a mesma já aplicada na população em geral (no caso da Pfizer, primeira autorizada para crianças, há uma formulação diferente para as crianças).
A vacina Coronavac está autorizada para uso emergencial no Brasil para pessoas com 18 anos de idade ou mais desde 17 de janeiro de 2021.
No País, a vacinação de crianças já está em andamento com uso da vacina pediátrica da Pfizer. A agência autorizou o uso em 16 de dezembro, mas a vacinação só começou um mês depois porque o governo optou por realizar audiência pública para discutir a aprovação da Anvisa, decisão que atrasou o início da vacinação e foi amplamente criticada por especialistas.
De acordo com a própria Anvisa, não há impedimento para que Estados iniciem imediatamente a vacinação, já que a autorização foi concedida sem condicionantes. No caso da Pfizer, estados precisaram esperar a chegada das doses pediátricas importadas pelo Ministério da Saúde.
Discussão desde julho
A agência já tinha colocado em discussão a autorização sobre o uso do imunizante do laboratório chinês Sinovac e do Instituto Butantan, mas o pedido de licença não foi concedido por falta de informações mais detalhadas sobre o produto, que foram solicitadas ao fabricante.
Na semana passada, a Anvisa se reuniu com o Instituto Butantan, pesquisadores chilenos, técnicos do laboratório Sinovac China e representantes da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
Segundo a agência, foram apresentados e analisados dados de pesquisas e estudos feitos pelo governo do Chile durante a aplicação da vacina Coronavac em crianças e adolescentes naquele país.
Idade e baixa imunidade
A mudança na faixa etária e a restrição ao uso em pessoas com baixa imunidade foi defendida na análise de Gustavo Mendes, gerente de medicamentos da Anvisa.
“Por que 6 a 17 anos? Porque são os dados que nós temos com maior informação e maior sugestão de desempenho. Esses dados são do Chile, dos estudos de efetividade do Chile. Isso também é corroborado pelos pareceres das sociedades médicas”, disse o gerente de medicamentos.
No Ar: Show de Notícias