Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Home Variedades Aos 59 anos, Tom Cruise dispensa dublês em “Top Gun 2”

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Que grande feito ainda restava à carreira do ator americano mais popular do mundo, dono de um currículo repleto de sucessos comerciais e artísticos, que ganhou uma camada extra de fama como dublê de si mesmo nas cenas mais eletrizantes dos filmes de ação das últimas duas décadas? Transformar-se na principal e mais aguardada atração do maior festival cinematográfico do planeta, roubando a atenção de toda a programação do evento. E, depois de muita expectativa e rumores de uma chegada retumbante, digna das acrobacias de seus personagens na tela, Tom Cruise finalmente pisou no tapete vermelho do 75º Festival de Cannes na tarde de ontem para a pré-estreia de luxo de “Top gun – Maverick”, mas pode-se dizer que como um astro comum, a bordo de um carro oficial do evento – o helicóptero que o trouxe pousou no cais ali perto.

A projeção do filme, dirigido por Joseph Kosinski e no qual Cruise retorna ao papel de um intrépido piloto de caças, no entanto, foi celebrada com um show de jatos da Patrouille de France, a esquadra francesa, que deixou rastros de fumaça nas cores vermelho, azul e branco sobre a Croisette. Cruise foi conhecer os acrobatas na base aérea de Salon-de-Provence no dia anterior.

A visita do ator americano, a primeira desde a exibição de “Um sonho distante” (1992), de Ron Howard, na mostra francesa, foi antecedida por massivas campanhas. A mais curiosa delas é um estande em forma de capacete, tal como o usado pelo personagem no filme, que exibe trechos do longa-metragem, instalado em frente a um hotel na orla da cidade. A passagem de Cruise pela Riviera, no entanto, foi meteórica: depois de participar de uma master class em sua homenagem, e de apresentar “Top gun – Maverick” em sessão de gala, ao lado de Jennier Connelly e Miles Teller, dois de seus companheiros de elenco, ele retornou para Londres na mesma noite, onde era esperado para a première londrina da produção, e como um dos convidados do jubileu de platina da rainha Elizabeth II.

Sequência do sucesso planetário “Top gun – Ases indomáveis” (1986), dirigido por Tony Scott, “Maverick” é um dos filmes mais esperados dos últimos tempos. O longa estreia nos cinemas brasileiros dia 26, mas já ganha sessões especiais neste próximo fim de semana. Rodado entre 2018 e 2019, a superprodução de US$152 milhões teve seu lançamento original, marcado para o verão americano de 2020, adiado várias vezes, devido à pandemia, que fechou os cinemas do mundo inteiro. Diferentemente de outros estúdios, que lançaram produções de mesmo porte programadas para aquele ano diretamente no streaming, como “Tenet”, de Christopher Nolan, a Paramount preferiu aguardar o momento mais seguro de mandá-lo para as sessões presenciais nas salas.

“Eles (do estúdio) não se atreveriam a fazer uma coisa dessas. Exibir um filme como “Top gun – Maverick” primeiro em uma plataforma digital nunca vai acontecer. Nunca”, garantiu Cruise, que completa 60 anos em junho. “Frequento set desde muito jovem. Minha visão de cinema é também a de um espectador. Eu faço filmes para o cinema. E, como ator e produtor que também é um espectador, aprecio o prazer e a beleza de assistir a um filme em uma sala grande. Estamos fazendo “Missão impossível 8”, e também não vejo isso acontecendo com a franquia.”

Rancores e superação

No novo longa, Cruise está de volta ao papel de Pete “Maverick” Mitchel, um piloto já veterano, mas ainda teimoso, que recusa promoções para permanecer dentro de um cockpit. Como punição por desafiar um superior, Pete é obrigado a trabalhar como instrutor na academia para preparar uma nova geração de superpilotos, que têm a missão de neutralizar uma base inimiga. Entre seus novos pupilos está Rooster (Teller), filho de Goose, um antigo companheiro de voo e seu melhor amigo, que morreu no filme original, em acidente pelo qual ainda se sente responsável. O rapaz nunca o perdoou pela morte do pai, e ambos terão que encontrar uma forma de superar rancores e sentimentos de culpa para concluir a tarefa.

Segundo Cruise, Jerry Bruckheimer e Don Simpson, produtores de “Ases indomáveis”, manifestaram o desejo de produzir uma sequência logo depois da estreia do primeiro filme, que arrecadou mais de US$ 360 milhões nos Estados Unidos. Mas o então jovem ator rejeitou a ideia por sentir que “não estava preparado” na época.

“Senti que precisava crescer como artista, entender o que era cinema, e o que sabia e o que não sabia sobre a atividade, a arte”, contou Cruise, que se aventurou por produções dirigidas por cineastas de prestígio, como Martin Scorsese (“A cor do dinheiro”, 1986), Roger Donaldson (“Cocktail”, 1988), Barry Levinson (“Rain man”, 1988) e Oliver Stone (“Nascido em 4 de julho”, 1989), antes de optar pelas franquias milionárias. “Eu estudo a atividade em que trabalho desde que entrei nela e uma das coisas que aprendi em termos de projetos como ‘Missão impossível’ (1996), ou seja, fazendo sequências, foi que eu posso ter um diálogo muito bom com o público.”

Um dos motivos da longa gestação de “Top gun – Maverick”, foi a insistência de Cruise em filmar as mirabolantes cenas de voo em caças Boeing F/A-18 Superhornet reais. Para isso, a produção organizou com a Marinha americana um acampamento para treinar o elenco, com o intuito de simular o realismo das sequências aéreas. Cruise começou a dispensar dublês em cenas perigosas com a franquia “Missão impossível”. Ao longo dos filmes da série, inspirada no seriado de TV homônimo que foi ao ar nos anos 1960, Tom Cruise já foi visto escalando arranha-céus, pendurado em precipícios e agarrado à fuselagem de um avião em plena decolagem.

“Alguém já perguntou ao Gene Kelly por que ele mesmo cantava ou dançava em seus musicais? Sempre fui curioso, quero saber o que posso fazer ou não”, brincou o ator, lembrando que o espírito aventureiro o acompanha desde pequeno.

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