Sábado, 24 de Maio de 2025

Home Economia Após apagão, energia retorna em todo o País; software de proteção teria desligado o sistema elétrico

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Uma falha no sistema elétrico nacional provocou um apagão na manhã dessa terça-feira (15), que afetou todos os Estados do Norte e Nordeste e também parte do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, segundo informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). De acordo com o órgão, às 8h31 houve uma falha na interligação da transmissão de energia entre o Norte e o Sudeste, o que provocou a interrupção de fornecimento de 16 mil megawatts de carga.

Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), “o sistema nacional de energia foi restabelecido, às 14h30, restando ajustes pontuais a serem realizados pelas distribuidoras em algumas cidades”.

No Brasil, a transmissão da energia elétrica se dá majoritariamente por meio do Sistema Interligado Nacional, que conecta todas as regiões, independentemente de onde se encontra a usina que está gerando. Uma falha nessa interconexão pode prejudicar, portanto, todas as regiões.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, classificou o apagão como um “evento de grande porte”. “O Ministério de Minas e Energia já comunicou a agência e aos demais agentes que instituirá um grupo para analisar e estudar as causas deste evento, que é um evento, sim, de grande porte, que envolve as regiões Norte, Nordeste e algumas áreas da região Sudeste e Centro-Oeste do País”, afirmou durante reunião pública do órgão.

Alcance

A queda de energia foi reportada por várias distribuidoras, em diversos Estados. Segundo o grupo Equatorial, em todos os Estados sob sua concessão (Alagoas, Amapá, Maranhão, Goiás, Pará, Piauí e Rio Grande do Sul) a normalização foi iniciada logo de manhã. “O grupo segue acompanhando junto ao Operador Nacional do Sistema as providências para o restabelecimento integral das cargas e com equipes técnicas de prontidão em todas as suas bases nos Estados”, informou em nota.

O grupo informou ainda que, segundo informações preliminares, “houve atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga, que consiste em um mecanismo de proteção da rede para tentar restringir a perda de carga no sistema”.

O grupo CPFL informou que a interrupção de fornecimento de energia elétrica que afetou diversas partes dos País impactou parte dos clientes de suas quatro distribuidoras: CPFL Paulista, Piratininga, Santa Cruz e RGE. A companhia declarou em nota, porém, que a situação já foi normalizada em todas elas e que aguarda mais informações do ONS referente às causas da falha. A RGE também é responsável por cerca de 65% da energia elétrica consumida no Rio Grande do Sul.

Causa

Os técnicos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já têm uma explicação para o apagão que atingiu diversas regiões do País durante seis horas.

De acordo com essa explicação, que está sendo prestada a executivos da Aneel e de empresas de energia e ainda deve ser divulgada oficialmente, um software de proteção chamado ERAC (sigla para Esquema Regional de Alívio de Carga) desligou o sistema diante de uma brusca alteração de carga.

Esse software detecta quando há sobrecarga ou um déficit acentuado e tranca a linha de transmissão para que essas alterações não se espalhem pelo sistema, que é interligado em todo o Brasil.

O que os técnicos já sabem é que o ERAC desativou uma uma parte do sistema elétrico quando se tentava transferir do Nordeste para o Norte do Brasil uma alta carga de energia.

Três fontes envolvidas na gestão da crise explicaram que, nessa hora, havia mais energia eólica e solar entrando na linha de transmissão do Ceará do que hidrelétrica e termelétrica, por exemplo.

A seguir, a frequência na rede caiu de 60 Hertz para 59 Hertz e depois para 58 Hz – o que significa que há mais carga do que a rede consegue suportar, o que poderia provocar sobrecarga.

Foi aí que o ERAC entrou em ação e desativou parte do sistema.

A razão pela qual o fornecimento demorou para ser retomado tem a ver com o fato de que a energia eólica e a solar precisam de um impulso de carga de outras fontes de energia para ganhar tração e serem distribuídos rapidamente – no exemplo adotado pelos técnicos, é um mecanismo semelhante ao das “chupetas” que se aplicam em baterias de carros para fazer com que elas funcionem.

Essa explicação torna mais improvável a hipótese de sabotagem, mencionada pelo ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista nessa terça.

Técnicos envolvidos na apuração do caso afirmam que a única forma de um sabotador causar tamanha alteração no sistema elétrico seria ter a conivência de funcionários do próprio ONS que tivessem acesso à operação do sistema como um todo e conseguissem provocar uma alteração tão brusca que levasse à ativação do ERAC.

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Uma falha no sistema elétrico nacional provocou um apagão na manhã dessa terça-feira (15), que afetou todos os Estados do Norte e Nordeste e também parte do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, segundo informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). De acordo com o órgão, às 8h31 houve uma falha na interligação da transmissão de energia entre o Norte e o Sudeste, o que provocou a interrupção de fornecimento de 16 mil megawatts de carga.

Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), “o sistema nacional de energia foi restabelecido, às 14h30, restando ajustes pontuais a serem realizados pelas distribuidoras em algumas cidades”.

No Brasil, a transmissão da energia elétrica se dá majoritariamente por meio do Sistema Interligado Nacional, que conecta todas as regiões, independentemente de onde se encontra a usina que está gerando. Uma falha nessa interconexão pode prejudicar, portanto, todas as regiões.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, classificou o apagão como um “evento de grande porte”. “O Ministério de Minas e Energia já comunicou a agência e aos demais agentes que instituirá um grupo para analisar e estudar as causas deste evento, que é um evento, sim, de grande porte, que envolve as regiões Norte, Nordeste e algumas áreas da região Sudeste e Centro-Oeste do País”, afirmou durante reunião pública do órgão.

Alcance

A queda de energia foi reportada por várias distribuidoras, em diversos Estados. Segundo o grupo Equatorial, em todos os Estados sob sua concessão (Alagoas, Amapá, Maranhão, Goiás, Pará, Piauí e Rio Grande do Sul) a normalização foi iniciada logo de manhã. “O grupo segue acompanhando junto ao Operador Nacional do Sistema as providências para o restabelecimento integral das cargas e com equipes técnicas de prontidão em todas as suas bases nos Estados”, informou em nota.

O grupo informou ainda que, segundo informações preliminares, “houve atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga, que consiste em um mecanismo de proteção da rede para tentar restringir a perda de carga no sistema”.

O grupo CPFL informou que a interrupção de fornecimento de energia elétrica que afetou diversas partes dos País impactou parte dos clientes de suas quatro distribuidoras: CPFL Paulista, Piratininga, Santa Cruz e RGE. A companhia declarou em nota, porém, que a situação já foi normalizada em todas elas e que aguarda mais informações do ONS referente às causas da falha. A RGE também é responsável por cerca de 65% da energia elétrica consumida no Rio Grande do Sul.

Causa

Os técnicos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já têm uma explicação para o apagão que atingiu diversas regiões do País durante seis horas.

De acordo com essa explicação, que está sendo prestada a executivos da Aneel e de empresas de energia e ainda deve ser divulgada oficialmente, um software de proteção chamado ERAC (sigla para Esquema Regional de Alívio de Carga) desligou o sistema diante de uma brusca alteração de carga.

Esse software detecta quando há sobrecarga ou um déficit acentuado e tranca a linha de transmissão para que essas alterações não se espalhem pelo sistema, que é interligado em todo o Brasil.

O que os técnicos já sabem é que o ERAC desativou uma uma parte do sistema elétrico quando se tentava transferir do Nordeste para o Norte do Brasil uma alta carga de energia.

Três fontes envolvidas na gestão da crise explicaram que, nessa hora, havia mais energia eólica e solar entrando na linha de transmissão do Ceará do que hidrelétrica e termelétrica, por exemplo.

A seguir, a frequência na rede caiu de 60 Hertz para 59 Hertz e depois para 58 Hz – o que significa que há mais carga do que a rede consegue suportar, o que poderia provocar sobrecarga.

Foi aí que o ERAC entrou em ação e desativou parte do sistema.

A razão pela qual o fornecimento demorou para ser retomado tem a ver com o fato de que a energia eólica e a solar precisam de um impulso de carga de outras fontes de energia para ganhar tração e serem distribuídos rapidamente – no exemplo adotado pelos técnicos, é um mecanismo semelhante ao das “chupetas” que se aplicam em baterias de carros para fazer com que elas funcionem.

Essa explicação torna mais improvável a hipótese de sabotagem, mencionada pelo ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista nessa terça.

Técnicos envolvidos na apuração do caso afirmam que a única forma de um sabotador causar tamanha alteração no sistema elétrico seria ter a conivência de funcionários do próprio ONS que tivessem acesso à operação do sistema como um todo e conseguissem provocar uma alteração tão brusca que levasse à ativação do ERAC.

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