Sexta-feira, 29 de Março de 2024

Home em foco Argentina eleva taxa de juros para 69,5% ao ano

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O Banco Central da República Argentina (BCRA) elevou sua taxa básica de juros em 9,50 pontos. A taxa de referência Leliq para o prazo de 28 dias passou de 60% para 69,5% ao ano. O BC argentino tem aumentado os juros na tentativa de controlar a inflação e estabilizar o mercado de câmbio.

No comunicado, o BC diz que continuará a calibrar a taxa de juros no âmbito do processo de normalização em andamento, com “especial atenção” para como evolui o nível geral dos preços e a dinâmica no mercado cambial.

O BCRA comenta também que a taxa da Leliq para 180 dias foi fixada abaixo daquela para 28 dias, o que significa que ele espera “uma desaceleração do processo inflacionário”.

Segundo o BC, após dois meses em que a inflação mostrou tendência de baixa, os preços aceleraram em julho, num contexto de maior volatilidade financeira em nível local. Isso afetou de modo negativo as expectativas de inflação, o que levou o BCRA a decidir subir os juros nesta quinta-feira, diz o comunicado.

Argentina está enfrentando uma das maiores taxas de inflação do mundo. O governo recentemente mudou seu ministro da Economia – o terceiro em um mês – em uma tentativa de combater a inflação e uma moeda enfraquecida que os economistas dizem ser impulsionada pelos altos gastos públicos e impressão de dinheiro.

Inflação

Em julho, mês em que a Argentina teve dois ministros da Economia, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do país superou até mesmo o da Venezuela de Nicolás Maduro.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censo (INDEC), em julho o IPC teve variação positiva de 7,4%, a mais alta para o mês desde abril de 2002 . Até agora, o índice mais alto de 2022 tinha sido 6,7%, em março.

No acumulado do ano, a inflação chega a 46,2% e, nos últimos 12 meses o avanço foi de 71%. Os números dão contornos dramáticos à crise econômica que obrigou o presidente Alberto Fernández a nomear Sergio Massa como superministro. Em junho, a inflação argentina já tinha chamado a atenção como a maior em 30 anos.

Os números, segundo informação de consultoria independente do Observatório Venezuelano de Finanças (OVF), superam os da Venezuela no mesmo mês, que chegou a 5,3%.

A situação da Argentina é extremamente delicada e economistas locais já estimam que o país poderia terminar o ano com uma taxa de inflação de três dígitos. Em junho passado, a inflação aumentou 5,3% e o acumulado dos 12 meses — entre junho de 2021 e o mesmo mês deste ano — foi de 64%.

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