Terça-feira, 17 de Setembro de 2024

Home Economia As fortes críticas do atual governo ao Banco Central estão levando a um desmonte da reputação da instituição

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Na avaliação do ex-presidente do BC e sócio da AC Pastore & Associados, Affonso Celso Pastore, as fortes críticas do atual governo ao Banco Central (BC), bem como ao seu presidente, Roberto Campos Neto, estão levando a um desmonte da reputação da instituição. A declaração foi feita durante seminário do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Os ataques governistas à autoridade monetária são motivados pela manutenção prolongada da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano. Em defesa da autarquia, Pastore avalia que, ao centrar críticas no BC, o governo brasileiro está destruindo uma instituição que conseguiu, “a duras penas, por competência de seus dirigentes, adquirir um respeito e uma credibilidade raros na economia mundial”. Para Pastore, “a discussão é de quem quer fazer um downgrade institucional do Banco Central”.

“Quando você começa a bater no presidente do BC, chamando-o de ‘aquele cidadão que lá está’, você está fazendo um ataque à instituição chamada Banco Central. Este governo está desmontando uma instituição”, disse Pastore.

O ex-presidente do BC disse que “economistas precisam ter coragem de dar um grito em defesa de uma instituição que vem fazendo exemplarmente o seu trabalho”. “Temos de denunciar este governo que vem atacando esta instituição. Isto não é conduta que um estadista deveria ter.”

Meta

O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne na próxima quinta-feira para determinar a futura meta da inflação. Integrantes do governo vêm defendendo a alteração do modelo, tanto em relação ao prazo, deixando de ser uma meta anual para se tornar uma meta contínua, quanto ao número-alvo e intervalo de tolerância, que poderiam ser ampliados.

Para 2023, a meta de inflação perseguida pelo Banco Central é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo (entre 1,75% e 4,75% no encerramento do ano). Para 2024 e 2025, a meta é de 3%, com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%.

A discussão em torno da meta de inflação foi conduzida de maneira ruidosa, avaliou, no mesmo evento, Eduardo Loyo, sócio do BTG Pactual e ex-diretor do BC. Embora o debate tenha se acalmado mais recentemente, o executivo lembra que ainda não se sabe o que será feito. “Foi uma discussão ruidosa, muito mais calor do que luz a respeito de o que se poderia fazer.”

Loyo acredita que o CMN poderia decidir por uma meta de longo prazo de 3%, desde que sem desvios em relação ao centro. “Eu escolheria um regime em que você tem a perseguição contínua do cumprimento da meta.”

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