Quarta-feira, 13 de Novembro de 2024

Home em foco Atual ministro-chefe da Casa Civil ironiza primeiros ministros anunciados pelo governo Lula

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O ministro-chefe da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro (PL), Ciro Nogueira (PP-PI), foi às redes sociais comentar as escolhas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para os ministérios.

Nogueira ironizou as decisões de Lula e questionou se ele não iria mudar a “cara do governo misógino”. Até então, os cinco ministros anunciados são homens brancos.

“O ministro da área econômica, o da Justiça e chefe da PF, o da Defesa e chefe das FFAA, o chefe da Casa Civil, coração do governo, e o das Relações Exteriores: todos homens e brancos. Não iam mudar o governo ‘misógino’?”, escreveu Ciro no Twitter.

Na sexta (9), o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou os primeiros cinco nomes que irão compor seus ministérios. Todos são homens. O futuro ministro da Defesa, Flávio Dino, porém, se autodeclarou pardo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ao anunciar a composição, Lula se adiantou ao tema. Em seu discurso, o petista frisou que “vai ter mulher, vai ter negros, vai ter índios, ou seja, nós vamos tentar montar um governo que seja a cara da sociedade brasileira”.

Questionado pela imprensa sobre a diversidade racial dos primeiros nomes anunciados, Lula rebateu ao citar Dino. “Você acha que ele é branco?”, questionou. “Não entendo que esse cara é branco. No mínimo, dizer que ele é pardo”, completou.

Como parte do esforço para criar uma composição de ministros diversa, Lula convidou a cantora Margareth Menezes para assumir a pasta da Cultura. Ele pretende, ainda, criar um ministério dos Povos Originários, que será chefiado por um indígena.

“A verdade é uma só: o governo eleito já fez sua opção por homens brancos para comandar o coração do governo. Apesar dos discursos, podem até trazer mulheres e minorias. Será só propaganda e na periferia do poder real”, completou a crítica Ciro Nogueira.

A presença feminina no primeiro escalão da política brasileira é historicamente baixíssima. A proporção de mulheres ministras varia de menos de 2% — nos casos do governo de José Sarney (MDB), no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e na gestão de Michel Temer (MDB) — a 15,9%, recorde registrado no primeiro mandato de Dilma Rousseff. O presidente Jair Bolsonaro (PL), indicou apenas quatro ministras entre as suas mais de 50 nomeações. Dos 556 nomes escolhidos para pastas ministeriais desde a redemocratização, em 1985, apenas 34 foram mulheres, o equivalente a 6,1% do total.

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