Domingo, 05 de Maio de 2024

Home Economia Banco alemão vê a taxa de juros brasileira em 9,5% no fim do ano, diante de mudança no cenário do banco central americano e risco fiscal

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Na esteira de uma força renovada da economia dos Estados Unidos e da visão de que o Federal Reserve (Fed) só dará início a um ciclo de flexibilização monetária em dezembro, o Deutsche Bank passou a enxergar uma postura ainda mais cautelosa do Banco Central (BC) do Brasil à frente, com uma redução do ritmo de ajuste da Selic para 0,25 ponto percentual já a partir de maio. Em relação ao juro básico no fim do ano, o banco alemão elevou sua projeção de 9% para 9,5%.

“A principal fonte de incerteza é a política fiscal, uma vez que o novo arcabouço fiscal do Brasil contempla um conjunto de regras que são insuficientes para a sustentabilidade da dívida e inconsistentes com a rigidez orçamentária das contas públicas”, avaliam os profissionais do Deutsche.

Para eles, a incerteza fiscal, tanto globalmente quanto no Brasil, e os juros mais elevados “têm frequentemente sido obstáculos ao crescimento, que acreditamos que já estão pesando nas perspectivas do Brasil”.

Além disso, olhando além da turbulência recente dos preços dos ativos, “o ciclo prolongado de flexibilização que agora prevemos, em combinação com a incerteza alta e o menor investimento, deverá fazer o crescimento voltar para o nível potencial ou ficar abaixo dele durante os próximos um ou dois anos, o que exige taxas quase neutras, como prevemos”.

Nesse sentido, o Deutsche Bank espera que a autoridade monetária continue a reduzir os juros ao longo de 2025 até levar a Selic a 8%, ao mirar o nível de equilíbrio do juro real, em torno de 4,5%.

Mercado

Economistas consultados pelo Banco Central elevaram pela segunda vez consecutiva a previsão para a taxa Selic em 2024.

Segundo o Boletim Focus, publicado na última terça-feira (23), os juros básicos devem encerrar o ano em 9,50%. No relatório da semana passada, o BC apontava para uma taxa terminal a 9,13% ao ano. Para 2025, a projeção foi a 9,0%, depois de 19 semanas em 8,50%.

A Selic está atualmente em 10,75%, e os especialistas consultados pelo BC seguem vendo que ela será reduzida a 10,25% na reunião de 7 e 8 de maio do Comitê de Política Monetária (Copom). No entanto, para o encontro seguinte, em junho, passaram a ver corte de apenas 0,25 ponto percentual, contra 0,50 ponto na última semana.

A mudança vem na esteira de alertas do BC sobre o cenário de aumentos de preços, apontando maior preocupação com uma possível pressão de salários e citando maior incerteza sobre a dinâmica de queda da inflação doméstica. A revisão também vem após a alteração, por parte do governo federal, da meta fiscal para o ano de 2025.

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