Sábado, 18 de Maio de 2024

Home Economia Brasil aparece na ‘lanterna’ do crescimento econômico entre países emergentes

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A economia brasileira deve se ver em uma posição nada invejável em 2022, pois deve ter o pior desempenho dentre os principais países emergentes, segundo compilação feita pelo Estadão/Broadcast a partir de dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de cinco grandes consultorias e bancos.

As expectativas de cinco casas para a economia brasileira – Bradesco, Goldman Sachs, Capital Economics, Fitch Ratings e Nomura – variam de 0,8% a 1,9%. Já o FMI vê avanço de 1,5%, contra média de 5,1% do mundo emergente. Entre as nações analisadas, os piores desempenhos, após o brasileiro, são de África do Sul (2,2%) e Chile (2,5%).

De qualquer forma, essas perspectivas podem ser consideradas até otimistas, uma vez que a média das expectativas dos economistas do relatório Focus, do BC, hoje está em 0,93% para o PIB. E já há bancos, como o Itaú, prevendo até retração de 0,5% no ano que vem.

Economista para países emergentes da consultoria britânica Capital Economics, William Jackson diz que, de forma geral, os emergentes sofreram com a pandemia e a alta de inflação, que afetou os juros. “Mas, no Brasil, tudo isso parece um pouco mais extremo.”

Jackson cita a exposição da economia brasileira ao consumo chinês, afetado pela crise da incorporadora Evergrande. O especialista lembra também que o Brasil tem problemas estruturais sérios, como a fragilidade das contas públicas.

Juros

Enquanto o Brasil só faz subir a taxa Selic, na Ásia emergente, por exemplo, os bancos centrais têm conseguido segurar o ritmo de elevação nos juros por terem sentido, de forma geral, menor impacto da inflação.

Para a coordenadora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Fabiana D’Atri, há frustração com as reformas e o eventual “furo” do teto de gastos. “O Brasil, relativamente, parece ter recuperação mais modesta”, diz a economista, que vê ao menos um ponto positivo: “Temos recuperação importante no mercado de trabalho.”

O Brasil entrou na pandemia com uma economia mais frágil que a de outros emergentes, enfrentou o período sem planejamento e saiu dela desrespeitando regras fiscais, o que cria incertezas e reduz investimentos, segundo análise da economista Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/Ibre).

Esse cenário levará o País a um desempenho fraco em 2022. “A incerteza na economia brasileira é muito alta e o contexto é de limitações do crescimento, com juro alto e sem espaço para gastos públicos”, diz ela, que prevê um PIB de 0,7% no ano que vem.

De acordo com a economista, a situação poderia ser mais positivo, pois algumas reformas foram feitas nos últimos anos e deveriam ajudar na retomada. Medidas populistas, como o Auxílio Brasil – criado sem planejamento e discussão –, no entanto, impedem uma melhora da economia.

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