Segunda-feira, 04 de Novembro de 2024

Home Brasil Brasil registrou um conflito no campo a cada quatro horas no ano passado

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Em 2022, foram registrados 2.018 casos de conflitos no campo, envolvendo 909,4 mil pessoas e mais de 80,1 milhões de hectares de terra em disputa em todo o Brasil, o que corresponde à média de um conflito a cada quatro horas. Os dados constam no relatório anual sobre violência no campo divulgado pela CPT (Comissão Pastoral da Terra) nesta segunda-feira (17).

Esses números indicam incremento de 10,39% em relação ao ano anterior, quando houve o registro de 1.828 ocorrências de conflitos rurais. Esses casos abrangem não apenas as disputas específicas pela terra, mas também a disputa por água, trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão, contaminação por agrotóxico, assassinatos, mortes e outros tipos de violência.

Em termos de conflito pela terra, foram 1.572 ocorrências no País. O número representa aumento de 16,70% em relação ao ano anterior. Ao todo, 181.304 famílias viveram diante da mira desse tipo de conflito no Brasil, o que dá 4,61% a mais do que o número registrado em 2021. Segundo a CPT, os casos inseridos nesse eixo são “as ocorrências de violência contra a ocupação e a posse e contra as pessoas, além das ações coletivas de ocupação de terras e acampamentos”.

Das unidades da Federação com índices mais elevados de conflitos por terra, quatro integram a Amazônia Legal. A região concentrou, em 2022, um total de 1.107 conflitos no campo, o que representa mais da metade de todos os conflitos ocorridos no País (54,86%), aponta o relatório.

Dos 47 assassinatos no campo registrados no Brasil no ano passado, 34 ocorreram na Amazônia Legal, o que representa 72,35% do total.

Trabalho escravo

O relatório da CPT indica que, ao longo de 2022, foram notificados 207 casos de trabalho análogo à escravidão no meio rural, com 2.615 pessoas envolvidas nas denúncias e 2.218 resgatadas, o maior número dos últimos dez anos no País. Em comparação ao ano anterior, o aumento foi de 29% no número de pessoas resgatadas e 32% na quantidade de casos.

O levantamento revela que o Estado de Minas Gerais concentrou o maior número desse tipo de ocorrência (62 casos com 984 pessoas resgatadas), seguido por Goiás (17 casos com 258 pessoas resgatadas), Piauí (23 casos com 180 pessoas resgatadas), Rio Grande do Sul (10 casos com 148 pessoas resgatadas), Mato Grosso do Sul (10 casos com 116 pessoas resgatadas) e São Paulo (10 casos com 87 pessoas resgatadas).

Esses números se referem exclusivamente às pessoas resgatadas no meio rural, que representam 88% desses casos no Brasil. Os outros 12% são ocorrências de trabalho escravo em áreas urbanas, que não são incluídas no relatório.

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