Sexta-feira, 03 de Maio de 2024

Home Economia Brasil sofre mais que outros países emergentes na Bolsa em 2024

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As ações brasileiras têm sofrido mais do que as de outros países emergentes neste ano. Os papéis do Brasil acumulam queda de 14,89% em 2024, enquanto a média de 24 emergentes é de recuo de 0,50%.

No caso da média global, há uma alta de 3,50% no período, segundo os índices de ações MSCI, que servem para comparar o desempenho das bolsas em diferentes economias e regiões. A comparação é feita em dólar. Nesse contexto, a valorização da moeda americana em relação à brasileira afeta negativamente o desempenho do índice do País.

De acordo com analistas, entre as questões que levam o Brasil a se distanciar de seus pares estão a incerteza fiscal – agravada após o governo ter mudado a meta para 2025, de um superávit primário de 0,5% do PIB para zero –, a dificuldade de ações com peso na bolsa local, especialmente da Vale, e a volatilidade causada pelas tentativas do governo de influenciar empresas domésticas. “A questão fiscal sempre foi a parte mais frágil da discussão sobre o Brasil”, diz Eduardo Carlier, da Azimut Brasil Wealth Management. Segundo gestores, a revisão da meta contribuiu para a forte alta juros futuros, que pesa sobre a bolsa.

Para o J.P. Morgan, os principais motivos para o mau desempenho das ações no Brasil neste ano são a queda expressiva da Vale, os juros ainda altos no país e a forte desvalorização do real. As ações ordinárias da mineradora, que representam 14,16% do Ibovespa e 10,99% do MSCI brasileiro, estão em baixa de 15,65% neste ano, pressionadas sobretudo pelo recuo dos preços do minério de ferro. A tentativa do governo de indicar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o comando da companhia também é citada por gestores como fator de volatilidade.

No cenário global, a perspectiva de juros altos nos EUA por mais tempo do que inicialmente previsto também afetou a renda variável no mundo, mas com possível peso maior sobre o Brasil.

Isso porque, no País, foi intensa a saída de recursos, já que os estrangeiros haviam feito aportes volumosos no fim de 2023 em razão dos preços atrativos da bolsa brasileira e do início dos cortes na Selic.

Saques

A saída líquida de recursos dos investidores estrangeiros da bolsa brasileira superou os R$ 30 bilhões neste ano. No dia 17 de abril, os não residentes fizeram saques de R$ 3,31 bilhões no segmento secundário da B3 (ações já listadas), levando o déficit anual para R$ 30,69 bilhões e o mensal, para R$ 7,80 bilhões.

Já o investidor institucional aportou R$ 2,59 bilhões na mesma data. Com isso, o superávit mensal do grupo foi para R$ 2,33 bilhões, enquanto o superávit anual alcançou R$ 3,88 bilhões. E o investidor individual aportou R$ 229,8 milhões no mesmo dia, levando o saldo positivo no mês para R$ 3,04 bilhões e o superávit em 2024 para R$ 15,68 bilhões. As informações foram divulgadas pela B3.

Os estrangeiros têm deixado o país principalmente em razão da expectativa por uma postura mais conservadora do Federal Reserve (Fed, banco central americano) na política monetária dos Estados Unidos.

Enquanto no final de 2023 o mercado esperava que a autarquia começasse a cortar as taxas americanas em março e realizasse entre seis e sete reduções ao longo deste ano, agora a aposta majoritária é que o início do ciclo ocorra apenas em setembro, com entre um e dois cortes até o fim de 2024.

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