Quarta-feira, 24 de Abril de 2024

Home em foco Choque causado por boicote ao petróleo russo levará a alta dos preços e recessão global

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A decisão dos EUA e da União Europeia de boicotar a compra de petróleo e gás da Rússia terá consequências graves e de longo prazo na economia global. A Rússia produz 11% do petróleo do planeta. Especialistas no setor de energia acreditam que enquanto o impacto no preço do petróleo será imediato, possíveis medidas de mitigação já em estudo pela Casa Branca podem levar meses até serem sentidas na economia real.

“Haverá uma recessão global”, diz Bob McNally, presidente da Rapidan Energy Group e ex-assessor do ex-presidente George W. Bush. “Não há outra saída quando banirmos o petróleo russo. O aumento dos preços seria arrasador, não vejo saída.”

Os EUA compram 3% de seu petróleo da Rússia. Já na União Europeia (UE), um em cada quatro barris consumidos no bloco vem de Moscou. Os principais clientes da Rússia fora do bloco são a China e os países asiáticos.

A primeira consequência imediata do boicote é o aumento do barril, que nesta semana, chegou perto dos US$ 140. Com isso, o preço da gasolina nas bombas disparou.

Nos EUA, o combustível saiu de US$ 3,62 o galão para US$ 4,17 em um mês, um aumento de 15%. Um ano atrás, a gasolina custava US$ 2,77 o galão, e as estimativas para as próximas semanas chegam a US$ 5.

O preço da gasolina tem impacto direto em diversos setores da gasolina. O mais importante deles é o preço do frete, principalmente em produtos entregues por caminhões. Em países muito dependentes do transporte rodoviário para sua logística de distribuição de bens, como é o caso do Brasil, esse impacto é ainda maior.

O turismo também sofre um impacto importante. Com as passagens mais caras, as pessoas viajam menos de avião, e até mesmo as viagens de carro ficam mais curtas, em virtude do preço do tanque.

O ex-secretário do Tesouro Larry Summer – próximo dos democratas – argumenta, no entanto, que o risco do conflito seria maior do que o impacto econômico das sanções. ” A História vai lembrar mais do que fizemos para conte a Rússia do que da taxa de inflação ou do preço da gasolina”, afirmou.

Negociações

Apesar disso, a Casa Branca trabalha com medidas para mitigar o impacto da provável alta do petróleo que deve se seguir ao veto. Emissários de Biden já entraram em contato com autoridades sauditas e venezuelanas para aumentar a oferta de petróleo.

No caso venezuelano, uma aproximação com o regime chavista e um possível alívio de sanções está em pauta, e foi bem recebido em Caracas pelo presidente Nicolás Maduro, que no sábado se encontrou com diplomatas americanos.

A Casa Branca pretende também tomar algumas medidas domésticas para aliviar a alta nos preços. Elas incluem usar a reserva estratégica de petróleo do país, cortar impostos sobre combustível e ampliar o uso de energia limpa.

Esta última medida, segundo assessores de Biden, tem como objetivo final diminuir a dependência americana de países exportadores de petróleo.

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