Quarta-feira, 24 de Abril de 2024

Home em foco Civis ucranianos começam a deixar cidades sitiadas usando corredores humanitários

Compartilhe esta notícia:

Civis ucranianos começaram a deixar duas cidades sitiadas nesta terça-feira (8) depois de o governo da Ucrânia chegar a um acordo com a Rússia que permitiu a criação de “corredores humanitários”. Milhares de ucranianos deixaram as cidades de Sumy, no Nordeste, e de Irpin, perto da capital, Kiev.

Combinou-se uma suspensão das hostilidades das 9h às 21h, hora local, para permitir a fuga dos civis. De acordo com a imprensa russa, uma nova trégua humanitária está prevista para ocorrer nesta quarta (9), também a partir das 9 da manhã, pelo horário local.

Em Mariupol, no Sul, há relatos de que soldados russos violaram a pausa e tentaram invadir a cidade, cercada há dias, enquanto os civis tentavam escapar. Além de Sumy, Irpin e Mariupol, cogitavam-se corredores humanitários também em Chernihiv, a Leste de Kiev, e em Kharkiv, perto da fronteira com a Rússia, que não foram instaurados.

O Ministério da Defesa russo, por meio do porta-voz Mikhail Mizintsev, afirmou que a Ucrânia aceitou apenas uma das rotas propostas pela Rússia, a de que ia de Sumy até a fronteira com a Polônia, pela qual saíram 3.500 pessoas, segundo o governo local.

No entanto, sabe-se que a rota de Irpin também funcionou nesta terça. Segundo a Polícia Nacional ucraniana, 2 mil pessoas deixaram a região metropolitana de Kiev a partir dela.

A previsão é de que os corredores voltem a ser abertos e os combates suspensos a partir das 9h desta quarta, pelo horário local, com a previsão de rotas ligando Kiev, Chernihiv, Sumy, Kharkiv e Mariupol à Rússia (Belgorod e Rostov-no-Don), Bielorrússia (Gomel) e outras cidades na Ucrânia: de Sumy a Poltava; de Kharkiv para Lviv, Uzhgorod, e Ivano-Frankivsk; de Mariupol para Zaporíjia; e de Chernihiv para o Sul do país, “de acordo com o lado ucraniano”, como afirma nota da agência Interfax. Não há menção oficial da rota por Irpin.

Tanto Sumy, que fica no Nordeste da Ucrânia, a 25 km da fronteira com a Rússia, quanto Irpin, que fica entre Kiev e o comboio russo estacionado a noroeste da capital, e Mariupol, cidade portuária no Mar de Azov, dentro da região separatista de Donetsk, têm sido fortemente bombardeadas.

Autoridades da região de Sumy disseram que 21 civis, incluindo duas crianças, foram mortos em um ataque aéreo russo em uma rua residencial na segunda-feira, mesmo dia em que um bombardeio matou uma família que deixava Irpin, uma cena que desatou uma onda de indignação. O presidente Volodymyr Zelenskiy disse que uma criança morreu de desidratação em Mariupol.

Até 30 ônibus deveriam entregar suprimentos humanitários, incluindo alimentos e remédios, em Mariupol e depois transportar civis da cidade a um local seguro. Segundo a vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereshchuk, quando os ônibus estavam a caminho, no entanto, o presidente ucraniano foi informado de que havia um bombardeio na rota de fuga.

A Câmara Municipal de Mariupol afirmou que forças russas tentaram invadir a cidade por meio do corredor humanitário. “Mais uma vez, o ocupante demonstrou sua mesquinhez ao tentar invadir a cidade justamente na hora do corredor humanitário organizado para o povo, criando uma ameaça real à vida dos civis que tentam deixar Mariupol sitiada, sob constante fogo inimigo”, disse o comunicado. Anexado à mensagem, um vídeo gravado por um drone às 10h30 de terça-feira (hora local) supostamente mostrava o avanço do equipamento militar dos invasores.

No sábado e no domingo, autoridades russas e ucranianas concordaram com corredores semelhantes para retirar moradores de Mariupol, mas ambas as tentativas falharam. Os dois lados trocaram acusações de que o outro não interrompera as hostilidades.

A batalha por Mariupol é estratégica para a Rússia, porque lhe permitiria estabelecer um corredor terrestre para a Crimeia, anexada por Moscou em em 2014. Estima-se que 200 mil pessoas, quase metade da população de 430 mil habitantes, esperam fugir.

Já antes do registro de ataques, Kiev apelou a Moscou para não usar suas armas, de modo a permitir que as pessoas saíssem em segurança. “Pedimos à Rússia que mantenha seu compromisso de cessar-fogo, abstenha-se de atividades que coloquem em risco a vida das pessoas e permita a entrega de ajuda humanitária”, disse a Chancelaria ucraniana em nota.

Fugas internas

As pessoas que fugiram nesta terça pelos corredores humanitários tiveram permissão de ir para outros lugares dentro da própria Ucrânia. Na segunda-feira, Kiev protestou contra o anúncio russo de que aqueles que fugissem de Kiev ou Kharkiv iriam para a Rússia ou para sua aliada Bielorrússia.

O governador de Sumy, Dmitro Zhivitskiy, disse em um comunicado em vídeo que os primeiros ônibus partiram de Sumy para a cidade de Poltava, mais a oeste, perto da fronteira com a Polônia. Ele disse que a prioridade seria dada aos deficientes, grávidas e crianças em orfanatos.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Choque causado por boicote ao petróleo russo levará a alta dos preços e recessão global
Subúrbios de Kiev viraram armadilhas para moradores
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Atualidades Pampa