Quinta-feira, 18 de Abril de 2024

Home Mundo Com vistos acelerados e até oferta de residência permanente, países ricos travam batalha para atrair mão-de-obra qualificada de imigrantes

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A pandemia se aproxima de seu terceiro ano consecutivo e uma batalha global pelos jovens e capazes começou. Com vistos acelerados e promessas de residência permanente, muitas países ricos que impulsionam a economia global estão enviando uma mensagem aos imigrantes qualificados de todo o mundo: procura-se gente para trabalhar. Agora.

Na Alemanha, onde as autoridades alertaram recentemente que o país precisa de 400 mil novos imigrantes por ano para preencher vagas em áreas que vão da academia ao conserto do ar-condicionado, uma nova Lei de Imigração oferece vistos de trabalho acelerados e seis meses para visitar e encontrar um emprego.

O Canadá planeja dar residência a 1,2 milhão de novos imigrantes até 2023. Israel fechou recentemente um acordo para trazer profissionais de saúde do Nepal.

E na Austrália, onde minas, hospitais e bares estão com falta de mão-de-obra após quase dois anos de fronteira fechada, o governo pretende praticamente dobrar o número de imigrantes autorizados a entrar no país no próximo ano.

A investida global para atrair estrangeiros com habilidades, especialmente aqueles que se enquadram em algum lugar entre o trabalho braçal e um PhD em física, tem o objetivo de suavizar a recuperação irregular da pandemia.

As medidas contra a Covid-19 levaram muitas pessoas a se aposentar, pedir demissão ou simplesmente não voltar ao trabalho. Mas seus efeitos são mais profundos.

Ao manter tantas pessoas no lugar, a pandemia tornou ainda mais evidente o desequilíbrio demográfico da humanidade – nações ricas que envelhecem rapidamente produzem muito poucos novos trabalhadores, enquanto países com um excedente de jovens muitas vezes não têm trabalho para todos.

Assunto para debate

Novas visões sobre tal defasagem podem influenciar o debate mundial sobre a imigração. Os governos europeus continuam divididos sobre como lidar com novas ondas de requerentes de asilo.

Nos Estados Unidos, a política de imigração permanece em grande parte travada, com foco na fronteira mexicana, onde as detenções de imigrantes atingiram um novo recorde. Ainda assim, muitas nações desenvolvidas estão criando programas mais generosos, eficientes e sofisticados para trazer estrangeiros e ajudá-los a se tornarem uma parte permanente de suas sociedades.

A pandemia levou a várias mudanças importantes na mobilidade global. Ao desacelerar a migração de mão-de-obra, ampliou a competição para os “nômades digitais” à medida que mais de 30 nações, incluindo Barbados, Croácia e Emirados Árabes Unidos, criaram programas para atrair trabalhadores que usam tecnologia móvel. E levou a uma flexibilização geral das regras de trabalho para estrangeiros que já haviam se mudado.

Muitos países, incluindo Bélgica, Finlândia e Grécia, concederam direitos trabalhistas a estrangeiros que chegaram com visto de estudante ou de outro tipo.

Alguns, como a Nova Zelândia, também prorrogaram vistos de trabalho temporário indefinidamente, enquanto a Alemanha, com sua nova Lei de Imigração, acelerou o processo de reconhecimento de qualificações profissionais estrangeiras.

No Japão, país que envelhece rapidamente e que tradicionalmente resiste à imigração, o governo permitiu que trabalhadores temporários mudassem de empregador e mantivessem seu status.

As preocupações humanitárias pareciam se combinar com a incerteza administrativa: como as regras de imigração seriam aplicadas durante uma epidemia que ocorre uma vez a cada século? Como as empresas e funcionários sobreviveriam?

Quando chegou a hora da reabertura, menos pessoas pareciam se importar com a redução dos níveis de imigração, como mostrou uma pesquisa no Reino Unido no início deste ano. Então veio a escassez de mão-de-obra.

Açougueiros, motoristas, mecânicos, enfermeiras e funcionários de restaurantes — em todo o mundo desenvolvido, parecia não haver trabalhadores suficientes.

Nas economias desenvolvidas, as medidas de imigração que estão sendo implantadas incluem a redução das barreiras à entrada de imigrantes qualificados, a digitalização de vistos para reduzir a papelada, o aumento dos requisitos salariais para reduzir a exploração e a promessa de um caminho para a residência permanente para os trabalhadores mais demandados.

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