Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 15 de novembro de 2023
Um grupo de 37 parlamentares da Câmara dos Deputados assinou requerimento com o intuito de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) após o Estadão revelar que Luciane Barbosa Farias, conhecida como “dama do tráfico amazonense” e mulher de um líder da facção criminosa Comando Vermelho, participou de duas audiências no Ministério da Justiça, chefiada pelo ministro Flávio Dino.
O requerimento, de autoria do deputado Coronel Ulysses (União-AC), solicita a criação de uma CPI para investigar “supostas reuniões realizadas por integrantes do Mistério da Justiça e Segurança Pública com membros de organizações narco criminosas”.
Segundo Ulysses, o objetivo da Comissão é investigar as agendas do governo federal em que a “dama do tráfico” esteve presentes e examinar “como se dá a atuação de supostas organizações não governamentais que atendem aos interesses das organizações narcocriminosas”. Luciane Barbosa se apresenta como presidente da ONG Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), que diz, em seu site, atuar em favor dos direitos humanos de presos. Para a Polícia Civil do Amazonas, contudo, a entidade é financiada pelo Comando Vermelho e atuaria em favor dos interesses dos faccionados.
Para a CPI ser instaurada na Câmara, é preciso que o requerimento receba a adesão de 171 dos 513 deputados. 13 dos 37 parlamentares que já assinaram o requerimento fazem parte de partidos que integram a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entretanto, eles têm atuado individualmente na oposição, sendo 7 do União Brasil, 2 do PP e do MDB e 1 do PSD e Republicanos. A lista completa integra parlamentares conhecidos como Bia Kicis (PL-DF), Carla Zambelli (PL-SP), Gustavo Gayer (PL-GO), Kim Kataguiri (União-SP), Sanderson (PL-RS) e Zé Trovão (PL-SC).
Outro requerimento de urgência está coletando assinaturas na Câmara dos Deputados. De autoria do deputado Amon Mandel (Cidadania-AM), o texto pede que a Casa investigue “qualquer sinal de colaboração ou conluio entre autoridades ministeriais, detentores de cargos políticos e organizações criminosas representa uma ameaça direta à segurança pública”. Até o momento, a iniciativa do parlamentar recebeu a adesão de sete parlamentares.
Apontada como integrante do Comando Vermelho e responsável por lavar o dinheiro do tráfico, Luciane Barbosa se reuniu com quatro autoridades do Ministério da Justiça. Em março, ela esteve reunida com o Secretário Nacional de Assuntos Legislativos, Elias Vaz. Em maio, se encontrou com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen); Paula Cristina da Silva Godoy, ouvidora Nacional de Serviços Penais (Onasp); e Sandro Abel Sousa Barradas, diretor de Inteligência Penitenciária.
O Ministério da Justiça alega que ela estava como acompanhante nas reuniões e que era “impossível” o setor de inteligência detectar previamente a presença dela.
No Ar: Pampa Na Tarde