Segunda-feira, 14 de Outubro de 2024

Home em foco Deslizes de Bolsonaro e Lula viram munição nas redes sociais

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Assessores e aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) têm acompanhado com lupa as agendas de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em busca de declarações que possam virar munição na guerra das redes sociais. Deslizes do petista, como o relato sobre sua intervenção a favor de sequestradores na década de 1990, logo vão parar na timeline de bolsonaristas. Do outro lado, petistas também passaram a esquadrinhar falas de Bolsonaro para diferenciar e enaltecer a postura de Lula durante seus dois mandatos na Presidência.

A estratégia das duas campanhas tem sido a de apostar no embate na arena virtual para manter as bases mobilizadas e, ao mesmo tempo, tentar aumentar a rejeição ao adversário.

Mais organizada que o PT, a rede bolsonarista foca, principalmente, em declarações de Lula sobre temas que são bandeira do atual governo. Foi o que aconteceu no mês passado, em Maceió (AL), quando o ex-presidente relatou o episódio envolvendo condenados.

Na ocasião, o petista disse ter pedido ao então presidente Fernando Henrique Cardoso a libertação dos sequestradores do empresário Abílio Diniz, em 1998. Após o pedido, os criminosos foram extraditados.

Responsável pelas redes do pai, o vereador Carlos Bolsonaro publicou o vídeo da participação de Lula no evento: “Lula, o defensor de sequestradores e ladrões de celulares, da legalização das drogas, do MST…”.

No domingo (10), Lula foi às redes sociais para dizer que irá “viajar pelo país, não para fazer motociata, mas para conversar com o povo, dizer ‘levanta a cabeça que tem jeito, vamos consertar o país’”.

Ao citar os comportamentos de Bolsonaro, o petista costuma destacar o que irá fazer caso volte ao poder.

Em maio, bolsonaristas decidiram pinçar outra polêmica quando Lula, em uma palestra na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, disse que resolveria a guerra da Ucrânia “em uma mesa tomando cerveja”. No mesmo mês, o petista teve de se desculpar após dizer que “Bolsonaro não gosta de gente, gosta de policial”. A fala também foi explorada.

O núcleo da campanha de Bolsonaro tem feito pesquisas internas que indicam que eleitores lulistas tendem a mudar de posição ao serem confrontadas com declarações consideradas polêmicas, como a que o ex-presidente disse que “todo mundo deveria ter direito ao aborto”, em abril.

Aliados e integrantes do governo negam que aja uma ação orquestrada e alegam que Carlos Bolsonaro apenas “capta” o que a militância mesmo aponta.

“Memória positiva”

A mesma estratégia tem sido adotada pela campanha petista. Segundo um integrante da equipe de Lula, a tendência é que o ex-presidente e o PT apontem cada vez mais os pontos fracos e os tropeços de Bolsonaro. A ideia, porém, não é apenas reproduzir os vídeos com legendas críticas, como fazem na maioria das vezes os bolsonaristas, mas usar os deslizes para explorar comparações entre os dois pré-candidatos.

Esse formato, segundo petistas, está apoiado em pesquisas qualitativas e quantitativas que demonstram uma “memória positiva” da população em relação ao governo do petista. Temas como inflação, emprego, fome e combustíveis têm sido exemplos de assuntos explorados pelo time de Lula para relembrar os índices de quando o PT ocupava o Palácio do Planalto.

Além disso, a campanha petista também tem buscado associar a Bolsonaro a imagem de alguém que pouco faz pelo País, numa forma de desconstruir a sua imagem.

“O orçamento secreto é a maior bandidagem já feita em 200 anos. Vamos ter que discutir (isso) com o Congresso. Quem administra o orçamento é o governo. O Congresso legisla e o Judiciário julga. Uma das nossas tarefas, minha e do Alckmin, é a de colocar ordem na casa”, disse Lula no sábado (9).

Alguns petistas próximos a Lula entendem, por outro lado, que essa conduta não é uma estratégia fixa ou definida para se chegar à vitória nas urnas. Seria o desdobramento de um pensamento lógico, ou o “feeling” político do ex-presidente. O vice-presidente do PT, José Guimarães, por exemplo, diz que os rumos da campanha e as diretrizes da comunicação ainda serão definidas mais à frente.

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