Domingo, 08 de Setembro de 2024

Home em foco Eleição contestada: França, Espanha e Estados Unidos respaldam estratégia de Brasil, Colômbia e México sobre crise na Venezuela

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O mais recente apoio à estratégia de Brasil, Colômbia e México, que defendem a divulgação das atas eleitorais e uma solução negociada para a crise na Venezuela, foi articulado em uma conversa telefônica entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o chanceler espanhol, José Manuel Albares. Juntamente com Estados Unidos e França, agora a Espanha respalda a linha de atuação dos três países.

Para integrantes do governo brasileiro, o suporte desses países qualifica a posição do Brasil, que evita emitir opiniões, antes de conhecer os dados dos boletins de urna. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido pressionado internamente e por parte da comunidade internacional a agir de forma contundente em defesa da democracia na Venezuela.

Em 28 de julho, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou que o presidente Nicolás Maduro venceu a eleição. A oposição protestou e apresentou na internet documentos que dizem comprovar a vitória ao diplomata Edmundo González Urrutia.

Há expectativa, em Brasília, sobre os próximos movimentos dos Estados Unidos. Interlocutores do governo afirmam que, apesar da declaração do chefe da diplomacia, Antony Blinken, de que a eleição na Venezuela foi uma fraude e o vencedor foi González, a Casa Branca ainda não divulgou oficialmente sua posição. Segundo uma fonte, o autor da declaração tem nome e sobrenome, e não fala pelo País.

Na terça-feira (6), o ministro das Relações Exteriores da Espanha disse ter contato direto com Vieira para fortalecer a comunicação com o governo venezuelano, pedindo a entrega das atas eleitorais. Na segunda, o presidente da França, Emmanuel Macron, declarou apoio à estratégia de Lula em uma conversa telefônica.

Já o presidente Joe Biden, também em um telefonema, disse a Lula que concorda com a necessidade de divulgação das atas para descartar a existência de fraude. Até o presente momento, o governo brasileiro não pretende se basear em apurações paralelas. Cautelosos, interlocutores de Brasília afirmam, porém, que a demora na divulgação das atas eleitorais desperta dúvidas sobre o que de fato aconteceu no País.

Racha

A América Latina está rachada em relação à Venezuela. Argentina, Peru e Chile já disseram abertamente que houve fraude na eleição. Na avaliação de interlocutores da área diplomática, o presidente Gabriel Boric pode estar esquentando ainda mais o clima ao reforçar sua posição nessa quarta-feira (7). Boric falou para seu público interno, mas isso só atrapalha, afirmou uma fonte.

Desde segunda-feira passada, autoridades brasileiras de vários níveis têm conversado com governo e oposição venezuelanos. O objetivo é conter a violência e evitar a radicalização em um país que vive um cenário de violência entre chavistas e opositores.

É esperada para qualquer momento, até o fim da semana, uma conversa telefônica entre Lula e o presidente Nicolás Maduro. O diálogo teria a participação dos presidentes da Colômbia e do México, Gustavo Petro e Andrés Manuel López Obrador, mas isso ainda não está fechado.

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