Segunda-feira, 07 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 8 de setembro de 2022
A rainha Elizabeth II, que morreu nessa quinta-feira (8) aos 96 anos, acumulou uma fortuna pessoal calculada em cerca de 370 milhões de libras (cerca de R$ 2 bilhões). A monarca britânica desfrutou de um estilo de vida real à custa dos contribuintes. Contudo, tanto ela quanto sua família também receberam quantias relevantes em negócios privados, cujos detalhes são desconhecidos.
Uma parte do Orçamento anual do governo britânico, chamada de “subsídio soberano”, é responsável por cobrir os gastos oficiais da rainha e outros membros da família real.
Durante o ano orçamentário de 2020-2021, o subsídio alcançou 86 milhões de libras (R$ 514 milhões), dos quais 34,4 milhões (R$ 205 milhões) foram direcionados ao Palácio de Buckingham, em Londres, para manutenção e restaurações em andamento.
O “subsídio soberano” equivale a 15% dos lucros obtidos pelo Patrimônio da Coroa, uma enorme carteira financeira que inclui terras, imóveis e outros tipos de propriedades, como parques eólicos que pertenciam à monarca, mas eram administrados de forma independente.
O rendimento líquido do Patrimônio da Coroa é pago ao Tesouro britânico, conforme acordo assinado em 1760.
No último ano orçamentário, o “subsídio soberano” foi temporariamente elevado para cobrir grandes obras em Buckingham. O fundo também é utilizado para pagar centenas de funcionários da família real.
Rendimentos pessoais
“Bolsa Privada” é o nome dado ao rendimento privado da monarca, que provém principalmente do Ducado de Lancaster, propriedade da família real desde a Idade Média.
Os seus ativos incluem terrenos, investimentos financeiros e propriedades, no valor de mais de 500 milhões de libras (cerca de R$ 2 bilhões). A propriedade em Lancaster reúne 315 residências, além de áreas comerciais no coração de Londres e milhares de acres de terrenos agrícolas.
O seu rendimento líquido no ano financeiro de 2020-2021 ultrapassou 20 milhões de libras (R$ 119 milhões). A rainha deu parte do montante à sua família e pagou impostos sobre o dinheiro não utilizado para as funções oficiais.
“A rainha usa este dinheiro para pagar as suas despesas pessoais para manter as residências de Balmoral e Sandringham, que são muito caras”, disse David McClure, autor do livro “The Queen’s True Worth” (“O Verdadeiro Valor da Rainha”, em português), sobre as finanças da rainha.
Ambas as residências são propriedades privadas de Elizabeth II.
“Ela também usa parte do dinheiro para subsidiar outros membros da família real que não recebem dinheiro público ou o ‘subsídio soberano’”, disse McClure.
Entre os beneficiários estão sua filha, a princesa Anne, o seu filho mais novo, príncipe Edward, e a sua esposa Sophie, condessa de Wessex; além do seu filho do meio, o príncipe Andrew.
Andrew já não desempenha funções reais e não recebe, portanto, um valor tão generoso como no passado. O príncipe caiu em desgraça após o vazamento de sua relação com Jeffrey Epstein, financista americano acusado de exploração sexual de crianças antes de cometer suicídio na prisão.
Bens privados
Embora a maioria dos palácios reais pertençam ao Patrimônio da Coroa, a rainha possuía duas residências privadas: o Castelo de Balmoral, no Nordeste da Escócia, calculado em 100 milhões de libras (R$ 598 milhões); e a propriedade de Sandringham, avaliada em cerca de 50 milhões de libras (R$ 299 milhões). Estas propriedades não são mantidas com fundos públicos.
A rainha também possuía alguns itens da coleção real, incluindo uma coleção filatélica que pertenceu ao seu avô, o rei George V, avaliada em 100 milhões de libras (R$ 598 milhões).
A grande paixão da monarca por cavalos de corrida também lhe rendeu mais de 7 milhões de libras (R$ 41 milhões) em prêmios, de acordo com cálculos de um site especializado, embora os valores não incluam os grandes gastos com a manutenção dos animais.
As jóias da Coroa, avaliadas em cerca de 3 bilhões de libras (R$ 17 bilhões), pertencem de forma simbólica à rainha, mas são transferidas automaticamente ao seu sucessor.
Evasão fiscal
O nome da rainha apareceu nos Paradise Papers, vazamento divulgado em 2017 que revelou fundos de diversas pessoas ricas e poderosas em países estrangeiros a partir de documentos secretos. O material foi lançado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), sediado nos EUA.
Os documentos revelaram que Elizabeth II, por meio do Ducado de Lancaster, depositou 10 milhões de libras (R$ 59 milhões) nas Ilhas Caimã e nas Bermudas, territórios ultramarinos do Reino Unido que são considerados paraísos fiscais.
Com uma fortuna avaliada em 365 milhões de libras (cerca de R$ 2 bilhões), a monarca não foi incluída na lista das 250 pessoas mais ricas do Reino Unido em 2021, feita pelo Sunday Times em 2021. O ranking é liderado pelo empresário bilionário Leonard Blavatnik, que tem um patrimônio líquido de cerca de 23 bilhões de libras (R$ 137 bilhões).
A sua fortuna também é pequena em comparação a outras monarquias: a fortuna da família real tailandesa é estimada entre 50 e 70 bilhões de dólares (entre R$ 260 bilhões e R$ 364 bilhões), enquanto o patrimônio líquido do rei saudita Salman é de cerca de 18 bilhões de dólares (R$ 93 bilhões).
No Ar: Pampa Na Madrugada