Sexta-feira, 04 de Outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 15 de outubro de 2023
Os eleitores equatorianos voltam às urnas neste domingo (20) para escolher, em segundo turno, o novo presidente do país. A disputa está entre Luisa González e Daniel Noboa.
O primeiro turno das eleições aconteceu no dia 21 de agosto. González apareceu à frente, com cerca de 33% dos votos. Na sequência, veio Noboa, com aproximadamente 23%.
Noboa tem liderado em pesquisas de opinião recentes. Mas parte dos levantamentos colocam a diferença entre ele e González dentro da margem de erro. O empresário foi uma surpresa no primeiro turno.
A eleição é marcada pela violência, especialmente com o assassinato do candidato Fernando Villavicencio em meio à campanha, em 9 de agosto.
A candidata
Em sua campanha, González, protegida do ex-presidente Rafael Correa, indica que fortalecerá os gastos sociais populares — que caracterizaram a década de Correa no poder.
Os pleitos da candidata de 45 anos incluem medicamentos gratuitos, maior proteção aos trabalhadores e ajuda direta aos mais pobres. Ela também se comprometeu a usar U$ 2,5 bilhões das reservas internacionais do país para fortalecer a economia.
O candidato
Daniel é filho do multimilionário Álvaro Noboa, magnata do setor de bananas que se candidatou várias vezes à Presidência sem sucesso. Ele formou seu próprio partido e prometeu atrair investimentos estrangeiros e criar empregos, principalmente para os jovens.
Foco na juventude
Os jovens são considerados por analistas como ponto decisivo para o pleito. Cerca de um quarto dos 13 milhões de equatorianos obrigados a votar têm entre 18 e 29 anos de idade.
Ambos os candidatos têm tentado atrair os jovens com promessas de empregos, educação gratuita e benefícios econômicos, visitando universidades nos últimos dias da campanha. O vencedor da disputa governará de dezembro deste ano até maio de 2025.
Conheça os candidatos:
Luisa González
Luisa Magdalena González Alcívar nasceu em 22 de novembro de 1977, em Quito, e é advogada especializada em economia internacional e desenvolvimento.
Ela se formou na Universidade Internacional do Equador, se tornou mestre em Alta Direção pelo Instituto de Estudos Nacionais Superiores e em Economia Internacional e Desenvolvimento pela Universidade Complutense de Madri. González é ex-deputada e era até então pouco conhecida. Ela é contra o aborto, inclusive em casos de estupro.
Foi ministra do Trabalho e do Turismo, secretária-nacional do Parlamento Andino, secretária-nacional de Administração Pública e vice-ministra da Gestão do Turismo do Ministério do Turismo.
É apoiada por Rafael Correa — que agora vive exilado em Bruxelas, depois de ter sido condenado por corrupção. González foi sido secretária-geral da Presidência da República durante seu mandato. Também coordenou a agenda estratégica presidencial de Correa.
González também foi cônsul geral e vice-cônsul do Equador em Madri e cônsul geral em Alicante, ambas cidades na Espanha. “É a primeira vez na história do Equador que uma mulher consegue uma porcentagem tão alta no primeiro turno”, disse a candidata durante as apurações das urnas.
Daniel Noboa
Daniel Roy-Gilchrist Noboa Azin nasceu em 30 de novembro de 1987, na cidade de Guayaquil. É filho do empresário e ex-candidato à Presidência da República Álvaro Noboa Pontón e de Annabella Azin, doutora em medicina.
É ex-deputado. Ele presidiu a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Produtivo e Projetos de Microempresa. Foi eleito para o cargo legislativo como representante da província de Santa Elena.
Noboa é formado em Administração de Empresas pela Stern School of Business, da Universidade de Nova York. Tem mestrados em Administração Pública e de Empresas, pela Kellogg School of Management; de Comunicação Política e Governança Estratégica, pela Universidade George Washingon, e um terceiro na Universidade de Harvard.
Próximo ao fim da apuração das urnas, Noboa afirmou que “o povo equatoriano venceu”, a jornalistas em Guayaquil. “O candidato jovem, do povo que busca esperança, que quer mudar o Equador, triunfou.” Noboa concentrou sua campanha na criação de empregos, incentivos fiscais para novos negócios e sentenças de prisão por evasão fiscal grave.
Entenda por que a eleição foi antecipada
Em 17 de maio, o presidente Guillermo Lasso decretou a chamada “morte cruzada”, dissolvendo a Assembleia e encurtando seu mandato, para posterior convocação de eleições.
A Constituição do Equador concede ao presidente esse poder nos primeiros três anos de seu governo. Entretanto, a manobra nunca tinha sido usada antes. A medida foi tomada um dia após o início do julgamento político contra Lasso na Assembleia Nacional por sua suposta participação no crime de peculato, uma acusação que o chefe de Estado nega.
Desde então, Lasso tem governado o país por decreto. Apesar de poder concorrer, ele não disputa a reeleição, tendo rejeição de 80% da população.
Horário de votação
O horário de votação neste dia 15 de outubro, no segundo turno das eleições antecipadas do Equador, é das 7h às 17h, segundo o Conselho Nacional Eleitoral.
O Itamaraty informou que o horário de votação no Brasil será entre 9h e 19h (Brasília). Para votar é necessário apresentar um dos documentos autorizados: carteira de identidade, passaporte ou documento de identidade consular (original em todos os casos).
No Ar: Pampa Na Tarde