Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

Home Viagem e Turismo Em Moscou, antiga usina hidrelétrica do Kremlin vira galeria de arte contemporânea

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A usina que antes fornecia energia elétrica para líderes da União Soviética agora gera apenas arte. Financiada por um magnata do setor de gás natural, o centro cultural GES-2 abriu as portas no último fim de semana, para ser a referência local em exposições e eventos de arte contemporânea.

Instalado numa estrutura centenária localizada a poucos metros do Kremlin, do outro lado do Rio Moscou, o centro cultural já é considerado o equivalente russo à Tate Modern, em Londres, ou ao Centre Pompidou, em Paris.

Inaugurada em 1907 para garantir energia à rede de bondes do centro de Moscou, a hidrelétrica logo passou a fornecer eletricidade aos prédios do Kremlin, nos primeiros anos do regime soviético. Décadas depois a estrutura foi desativada, mas sua arquitetura industrial permanecia marcante na região.

Com projeto do renomado arquiteto Renzo Piano – responsável pelo design, entre outros, do Whitney Museum of American Art, em Nova York, o arranha-céu The Shard, em Londres, e do próprio Centre Pompidou – os mais de 30 mil metros quadrados da antiga hidrelétrica foram convertidos num moderno centro cultural, com salas de cinema e teatro, cafés, galerias para exposições e espaços para shows e eventos.

Do lado de fora, chamam a atenção as imponentes chaminés azuis iluminadas, em contraste com a fachada branca, os painéis solares no telhado e um jardim de bétulas.

Além do arquiteto, o projeto tem dois outros italianos a bordo: Teresa Mavica, que supervisiona a fundação VAC de Mikhelson, que guarda o GES-2, e o diretor artístico Francesco Manacorda, ex-Tate Liverpool.

O custo do centro não foi divulgado, mas está estimado em centenas de milhões de dólares. O empreendimento foi financiado por um dos homens mais ricos do país, Leonid Mikhelson, fundador e chefe da Novatek, maior grupo privado de gás da Rússia.

“Eu disse a Leonid (Mikhelson) para comprar os prédios próximos para demoli-los, e ele o fez. Para fazer um bom prédio você precisa de um bom cliente”, disse Piano à agência de notícias AFP.

Além da fortuna, avaliada pelo ranking da Forbes de 2021 em US$ 24,9 bilhões, Mikhelson tem prestígio político no país. Algo comprovado pela visita que o presidente Vladmir Putin fez ao GES-2 uma semana antes da inauguração. O centro, claro, não é a primeira investida de um bilionário russo no mundo das artes. Em 2008, Roman Abramovich abriu em Moscou o museu de arte contemporânea Garage.

Ao atravessar o Rio Moscou para visitar a antiga usina, Putin pode ver em primeira mão a mostra inaugural do GES-2, com obras do artista islandês Ragnar Kjartansson, que recria todos os episódios da novela americana “Santa Bárbara”, dos anos 1980, que fez tremendo sucesso na Rússia em 1992, sendo até hoje um marco cultural do período pós-soviético.

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